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O Banco do Brasil anunciou nesta segunda-feira um lucro de R$ 2,343 bilhões para o primeiro trimestre deste ano. O resultado, 142,9% superior ao registrado em igual período de 2005, foi impulsionado por ganho de R$ 1,4 bilhão em fatores não-recorrentes. O ganho do BB foi superior em quase R$ 800 milhões em relação ao do Bradesco , que chegou a R$ 1,5 bi, seguido pelo Itaú, com um ganho de R$ 1,4 bilhão no período.

O resultado recorrente, conforme relatório distribuído pelo BB, foi de R$ 938 milhões de reais, no primeiro trimestre deste ano, 14,8% superior ao ganho do primeiro trimestre de 2005, também expurgado de itens extraordinários. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio do banco ficou em 23%, se considerado o resultado recorrente.

Entre os fatores extemporâneos incluídos nos números de janeiro a março do BB está a inclusão de créditos tributários no balanço no valor de R$ 1,9 bilhão, aproveitando resolução tomada pelo Conselho Monetário Nacional em 31 de março.

A carteira de crédito do maior banco brasileiro alcançou R$ 88,306 bilhões no fim de março. Incluídos avais, fianças e operações de arrendamento mercantil e antecipações de contratos de câmbio (ACC e ACE) a carteira chegou a R$ 105,5 bilhões, com crescimento de 13,2% em relação a março de 2005, e de 3,7%, na comparação com o saldo de dezembro.

Conforme o próprio BB, sua carteira corresponde a 15,5% da detida por todo o sistema financeiro. Dos R$ 105,5 bilhões, a maior parte, 35,1%, correspondia à carteira voltada para o agronegócio, que cresceu 20,4%, na comparação anual. Segundo o vice-presidente da área, Ricardo Conceição, a expansão deveu-se em parte à prorrogação de créditos do ano passado, que já deveriam ter sido liquidados. Os empréstimos nessa situação somam, segundo o executivo, R$ 2,5 bilhões.

O segmento de varejo avançou 12,4% e responde pela segunda maior fatia, com 30,7% do total da carteira da instituição.

Na análise do desempenho do resultado do último trimestre distribuída ao mercado nesta manhã a instituição informa que foram constituídas provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) excedentes à exigência legal no valor de R$ 500 milhões, "visando suportar volatilidades futuras".

Segundo o presidente do banco, Rossano Maranhão, o BB apenas aproveitou a ativação dos créditos tributários para reforçar a proteção contra riscos de sua carteira.

A despesa total com PDD no trimestre foi de R$ 2,1 bilhões, o que elevou o saldo de provisões para crédito a R$ 7,7 bilhões, contra R$ 6,7 bilhões em dezembro e R$ 5,6 bilhões em março de 2005.

- Foi uma decisão prudencial - disse Maranhão sobre a provisão acima da exigência ocorrida no trimestre.

Segundo ele, essa medida não indica que o Banco do Brasil teme o agravamento do risco de crédito.

A cobertura da carteira do banco por PDD foi a 7,3% no primeiro trimestre, contra 6,1% do saldo de crédito em março do ano passado.

Nos primeiros três meses do ano, os principais bancos privados do país, Bradesco, Itaú e Unibanco, reservaram em seus balanços montantes significativos de recursos a título de PDD, apontando piora na qualidade do crédito brasileiro.

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