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Agência do Bradesco: receitas do banco com tarifas tiveram alta e chegam a 28% do total do faturamento no segundo trimestre de 2009 | MarceloSayão/EFE/Arquivo
Agência do Bradesco: receitas do banco com tarifas tiveram alta e chegam a 28% do total do faturamento no segundo trimestre de 2009| Foto: MarceloSayão/EFE/Arquivo

São Paulo - O balanço do Bradesco no segundo trimestre mostrou claramente os reflexos da crise. O crédito, motor do setor bancário ao menos desde 2006, ficou estagnado, enquanto a inadimplência teve destacada elevação. De qualquer forma, o lucro líquido no primeiro semestre de 2009 se manteve bastante alto, atingindo os R$ 4,02 bilhões – cifra 2,8% maior que a do mesmo período de 2008.

No segundo trimestre, o lucro do banco atingiu os R$ 2,297 bilhões, resultado 14,7% maior que o número registrado entre abril e junho do ano passado. Mas o segundo trimestre deste ano teve eventos particulares – como a venda da participação acionária na Visanet e o aumento expressivo das provisões adicionais –, que tiveram impacto líquido de aproximadamente R$ 460 milhões.

Inadimplência

Um dos destaques do resultado foi o salto de 118,9% na provisão para devedores duvidosos (PDD) em 12 meses, que atingiu R$ 4,42 bilhões no segundo trimestre. A PDD representa os recursos reservados para os riscos de calote. Segundo o banco, um dos motivos para o aumento expressivo da PDD foi a "manutenção de níveis elevados de inadimplência no segundo trimestre, que é resultado da retração econômica sobre a capacidade de pagamento".

O aumento da PDD não mostra apenas uma maior cautela por parte do Bradesco. Os níveis de inadimplência subiram de um modo geral. Para a pessoa física, os pagamentos em atraso há mais de 90 dias alcançaram 7,5% da carteira no trimestre. Em dezembro, esse índice estava em 6,1%.

O segmento no qual a inadimplência mais subiu foi no de pequenas e médias empresas: foi de 2,7% do total em dezembro para 4,5% em junho. Se for considerada a carteira total do Bradesco, houve um aumento de 3,4% no fim de 2008 para 4,5% em junho. Na avaliação do banco, a inadimplência total pode ainda ter subido um pouco até agosto, alcançando 4,9%, antes de se estabilizar. "Mas estamos gradativamente observando uma melhora", afirmou Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco.

A carteira de crédito do Bradesco teve pequeno recuo entre o primeiro e o segundo trimestres, indo de R$ 212,99 bilhões para R$ 212,77 bilhões. Até o fim de 2008, a expansão da carteira vinha ocorrendo de forma acelerada e contínua. Em 2008, a carteira de crédito cresceu 33,4%. Em 2007, havia tido expansão de 38,9%. "O segundo trimestre refletiu bastante a crise, o medo de conceder crédito. Mas vejo que a realidade tem mudado gradativamente desde lá. Neste terceiro trimestre a tendência é vermos melhora no crédito e queda na PDD", diz Luis Miguel Santacreu, analista da consultoria Austin Rating. Para o ano, o banco reviu sua previsão de crescimento do crédito para uma faixa entre 8% e 12%. A projeção anterior apontava que esse crescimento poderia ficar entre 13% e 17%.

Tarifas

As receitas de prestação de serviços ampliaram seu peso no faturamento do Bradesco. No resultado do banco, esses ganhos – que incluem tarifas de conta corrente e cartões, taxas de fundos e outros – passaram de uma participação de 26% do total no primeiro trimestre para 28% no segundo. As receitas de serviços totalizaram R$ 5,35 bilhões, com expansão de 5,3% em 12 meses.

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