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Com crescimento ainda tímido do crédito, mas beneficiado pela queda na inadimplência e por ganhos maiores em seguros e com tarifas bancárias, o Bradesco mostrou que começou a se livrar dos efeitos da crise no quarto trimestre de 2009.

O segundo maior banco privado do país fechou o período com lucro líquido de 2,18 bilhões de reais, um avanço de 35,9 por cento em relação ao mesmo período de um ano antes.

Em bases recorrentes, que exclui itens extraordinários, o lucro foi de 1,839 bilhão de reais, praticamente em linha com os 1,872 bilhão de reais da previsão média de seis analistas ouvidos pela Reuters.

A ajuda das operações de crédito, sua principal atividade, foi pequena para o resultado do trimestre, mas evoluiu após patinar por nove meses. No fim de dezembro, a carteira de financiamentos do banco somava 228,8 bilhões de reais, uma expansão de apenas 6,8 por cento em doze meses.

O crescimento de 11,5 por cento da carteira voltada para pessoa física e de 11,2 dos financiamentos para empresas de pequeno e médio portes compensou com pequena margem a retração de 0,6 por cento no crédito para grandes companhias.

No ano de 2008, a expansão da carteira total tinha sido de 33,4 por cento.

Em contrapartida, a queda nos índices de inadimplência levou a banco a reduzir o volume de provisões contra perdas. A provisão de 2,695 bilhões de reais no trimestre foi a menor desde o 1,888 bilhão de reais do último quarto de 2008.

O volume de operações com atraso superior a 90 dias ficou em 4,9 por cento da carteira total, abaixo do pico de 5 por cento verificado em setembro, mas ainda bastante superior aos 3,4 por cento de dezembro de 2008. Excluindo o Ibi, incorporado em outubro, o índice foi de 4,7 por cento.

"(O movimento foi) favorecido pela melhora dos indicadores econômicos, com a retomada gradual do nível de atividade", disse o banco, em relatório.

Isso propiciou a melhora da margem financeira com juros, que atingiu 7,1 bilhões de reais no trimestre, 20,2 por cento maior na comparação com o mesmo período de um ano antes.

Em outra frente, o Bradesco ainda viu o lucro líquido de suas operações com seguros de outubro a dezembro darem um salto de 50,5 por cento em doze meses, para 828 milhões de reais. Obteve também um avanço de 15,8 por cento das receitas com prestação de serviços no trimestre, para 3,1 bilhões de reais.

Essa combinação, entretanto, não foi suficiente para melhorar a rentabilidade sobre patrimônio líquido, importante indicador sobre a lucratividade de um banco. O índice do Bradesco no quarto trimestre ficou eu 21,4 por cento, contra 23,8 por cento no último trimestre de 2008.

Os ativos totais da companhia no final de dezembro somavam 506,223 bilhões de reais, um incremento de 11,4 por cento em doze meses.

Perspectiva

O banco estabeleceu para 2010 uma meta de crescimento de 21 a 25 por cento da carteira de crédito, com destaque para as operações de pequenas e médias empresas, para a qual espera um avanço de até 32 por cento. O Bradesco elevou a previsão de crescimento do PIB de 2010 para 6 por cento.

Também nesta quinta-feira, o banco submeteu à aprovação do Conselho a proposta de pagamento adicional de 76,995 bilhões de reais aos acionistas, referente a juros sobre capital próprio e dividendos relativos ao exercício de 2009.

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