O argumento dos bancários para pedir reajuste de 7,05% mais a correção da inflação, que motivou a greve encerrada ontem, é o de que os bancos são empresas muito rentáveis e devem repartir parte desse rendimento com os funcionários. No primeiro semestre, os 50 maiores bancos do país tiveram lucro 43% maior do que no mesmo período de 2005. De acordo com o Banco Central, o ganho supera R$ 22 bilhões. Mas não há obrigatoriedade de repasse automático desses ganhos. De acordo com o advogado trabalhista Marcelo Jugend, o argumento dos bancários pode ser bom mas não é legítimo diante da lei. "Ele nasce de negociação", diz.
Em 2005, as cinco maiores instituições (Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Itaú e Unibanco) tiveram lucro de R$ 18,8 bilhões, quase 50% a mais do que no ano anterior. Destes, bateram recorde o Bradesco, com R$ 5,5 bilhões, e o Itaú, com R$ 5,3 bilhões de lucro e rentabilidade patrimonial acima de 30%. O lucro dos 50 maiores foi de R$ 15,2 bilhões.
Apesar do lucro crescente, as instituições passaram vários anos sem conceder reajuste acima da inflação. "Elas compensavam com abono", lembra Sandro Silva, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese). Só nos últimos dois anos houve aumento real. Em 2004, o reajuste foi de 8,5%, enquanto a inflação chegou a 6,64%. No ano passado, os vencimentos foram reajustados em 6%, quando a alta nos preços ficou em 5,01%.
Nos últimos três anos o lucro líquido dos 50 maiores bancos cresceu 91%, indo de R$ 7,9 bilhões para R$ 15,2 bilhões. Já a PLR também cresceu, mas cada vez menos. Em 2003 o ganho foi de 12,6% ante 2002. Em 2004, de 8,5% e no ano passado, 5,9%. (HC)
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