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| Foto: ANTHONY WALLACE/AFP

A Samsung anunciou nesta quinta-feira (27) que registrou queda de 30% do lucro no terceiro trimestre, um resultado esperado após o escândalo do Galaxy Note 7. Os resultados saíram no mesmo dia em que o possível herdeiro da empresa, J. Y. Lee, foi aceito na diretoria.

A maior fabricante de telefones celulares do planeta informou que o lucro operacional entre julho e setembro foi de 5,2 trilhões de wons (US$ 4,6 bilhões), contra 7,3 trilhões de wons no terceiro trimestre do ano passado.

O resultado foi publicado poucas horas antes da reunião extraordinária de investidores. No encontro, os acionistas aprovaram a nomeação de J. Y. Lee para a diretoria de nove membros.

J. Y. Lee se perfila como o herdeiro mais provável da empresa sul-coreana, depois que seu pai, Lee Kun-Hee, presidente da Samsung Electronics e da matriz Samsung Group, teve uma crise cardíaca em 2014. A mudança de geração em uma empresa que é um símbolo na Coreia do Sul deve ser complexa.

“Agora podemos dizer que o regime de Lee começou de maneira oficial”, afirmou Lee Chaiwon, diretor de investimentos do fundo Korea Value Asset Management Co. “Acredito que vem uma nova era. A empresa deve ficar um pouco mais amigável para os mercados”completou.

Uma queda esperada

A queda do lucro está de acordo com as revisões das projeções de rendimento realizadas pela própria empresa há duas semanas, após o escândalo que provocou a retirada do mercado do Galaxy Note 7.

No mês passado, a Samsung anunciou um recall de 2,5 milhões de unidades do modelo Galaxy Note 7, depois de vários incidentes de usuários que denunciaram explosões da bateria.

A decisão de suspender a produção de um modelo imaginado para competir com a rival Apple foi devastadora para uma empresa que tem orgulho da qualidade de seus produtos e de sua tecnologia inovadora.

O fiasco provocou uma queda gigantesca nos resultados da divisão mobile, que registrou uma baixa de 98% no lucro no terceiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, a 100 bilhões de wons.

Em um comunicado anterior, a Samsung informou que a divisão teria como foco “aumentar as vendas dos novos produtos emblemáticos (...) além de buscar recuperar a confiança dos consumidores”.

Crise de imagem

O impacto do escândalo das baterias explosivas no valor da marca do gigante da eletrônica ainda não pode ser quantificado, mas a Samsung já advertiu que nos próximos dois trimestres pode registrar uma queda de US$ 3 bilhões nos lucros.

A perda de prestígio da marca pode ser simbolizada pelo processo coletivo, com adesão de milhares de consumidores, pelo fiasco do Galaxy Note 7, difícil de administrar em uma empresa acostumada a ser tratada como a joia da coroa na Coreia do Sul.

A Samsung representa 17% do PIB do país e a crise teve um forte impacto na economia sul-coreana, o que obrigou o Banco Central a ajustar suas projeções de crescimento.

Mas o dia não foi apenas de notícias ruins para a Samsung, já que a divisão de monitores e chips registrou um bom resultado. O lucro operacional para a divisão de semicondutores foi de 3,37 trilhões de wons, uma alta de 28% na comparação com o trimestre anterior.

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