Operações do Santander têm tendências opostas na América Latina e na Europa.| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Parece que o Banco Santander escolheu a hora certa para crescer na América Latina.

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A expansão dos negócios no continente ajudou a incrementar os lucros globais, compensando o fraco desempenho na Europa. Os acionistas acabaram de aprovar aumento de capital para recomprar 25% das ações da unidade mexicana que não estavam mais com a corporação, continuando a tônica de expansão na região.

Enquanto anos seguidos de juros baixos têm cobrado seu preço na Europa, o Santander volta cada vez mais suas atenções para a América Latina, onde busca se beneficiar de uma população crescente, em que muitos pela primeira vez estão utilizando os serviços bancários.

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Os resultados ilustram as sortes divergentes dos negócios no banco, já que as Américas do Norte e do Sul respondem por uma parcela crescente dos lucros, e o Brasil é a maior mola propulsora, com aumento de 19%. Os lucros do banco madrileno cresceram 5% no trimestre findo em junho, alcançando 2,1 bilhões de euros, o melhor resultado em oito anos. Os resultados teriam sido ainda melhores se a moeda brasileira não tivesse se desvalorizado em relação ao euro.

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Enquanto isso, os negócios europeus do banco são marcados por reduções de custos, fechamento de filiais e uma longa luta para melhorar a lucratividade no Reino Unido. Na Espanha, após incorporar o Banco Popular Espanol, o Santander está cortando mais de 3.000 empregos e fechando agências duplicadas, o que causou uma queda de 18% no lucro líquido. O banco também está recuando em suas operações no Reino Unido e na Polônia.

Apesar de os depósitos do Santander na Europa – 658 bilhões de euros – serem mais do que o dobro do total das Américas, 55% do lucro vêm do outro lado dos oceanos.

“A operação nos países da América Latina continua sendo um suporte vital para o Santander”, diz Nuria Alvarez, analista do Banco Renta4, de Madri. Tudo isso, “apesar do ambiente complicado que eles enfrentam no Reino Unido e na Espanha”.

A aposta na América Latina deve continuar e até aumentar. Na terça-feira, os acionistas aprovaram um aumento de capital de 2,6 bilhões de euros para financiar a compra de ações da unidade mexicana. No final de 2018, o Santander tinha uma participação de mercado de 13% no México.

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Depois de testar o modelo da fintech Superdigital no Brasil, o Santander está lançando o aplicativo no México e no Chile, mirando em clientes de baixa renda que nunca tiveram uma conta bancária.

Na Espanha, os lucros se mantêm estacionados, sob influência de juros e taxas mais baixos. No Reino Unido, o banco luta contra uma regulamentação que obriga a separação das unidades de varejo e de investimento. O lucro por lá caiu para 327 milhões de euros no segundo trimestre, ante 375 milhões no mesmo período do ano passado.

O corte de pessoal faz parte de um plano global para reduzir os custos anuais em 1,2 bilhão de euros, a maior parte na Europa.