Presidente Lula em São Bernardo do Campo| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na sexta-feira (2) que a União Europeia UE) terá de aceitar as condições do Brasil para avançar nas negociações sobre livre comércio com o Mercosul. Segundo o chefe do Executivo, “não haverá acordo” caso os europeus não cedam em querer que o Brasil abra as compras públicas para empresas estrangeiras.

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“Os que os europeus querem no acordo? Que o Brasil abra as portas para compras governamentais. Ou seja, eles querem que o governo brasileiro compre as coisas estrangeiras ao invés das coisas brasileiras”, disse Lula durante uma agenda em São Bernardo do Campo (SP).

O petista resiste em abrir o mercado de compras governamentais para o mercado estrangeiro. "E se eles não aceitarem a posição do Brasil, não tem acordo. Nós não podemos abdicar das compras governamentais que são a oportunidade das pequenas e médias empresas sobreviverem nesse país", completou o petista.

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Como a Gazeta do Povo mostrou, Lula vem enfrentando dificuldades para avançar com acordo comercial do Mercosul por diversas questões, entre elas as exigências ambientais por parte do bloco europeu. Além do Brasil, o tratado deve beneficiar os demais membros do Mercosul: Argentina, Paraguai e Uruguai e o países associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. A Venezuela também era um dos países membros do bloco, mas está suspensa desde 2016.

O acordo de livre comércio negociado ao longo de mais de 20 anos estabelece que as empresas dos dois blocos poderão participar de licitações abertas pelo setor público em condições de igualdade com empresas locais. Os europeus argumentam que haveria maior concorrência e acesso nas licitações domésticas.

"As compras governamentais são instrumento de política industrial que não vamos abrir mão. Vamos demorar um pouco mais para fechar o acordo, tudo bem. Mas, da mesma forma que a França defende de forma fervorosa os seus produtos agrícolas, o seu vinho, vamos defender nossa pequena indústria nessa negociação”, declarou Lula.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]