O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que o Executivo avalia antecipar a indicação do novo presidente do Banco Central em vez de deixar mais para o final do ano. O mandato do atual chefe, Roberto Campos Neto, termina em dezembro.
Campos Neto foi indicado ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e é alvo constante de ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por conta da taxa básica de juros – mantida em 10,5% na reunião da semana passada e sem previsão de começar a ser reduzida.
“Hoje, todo mundo no Banco Central, mesmo quem está na direção, pelo que eu ouço, acha melhor indicar [o presidente], porque um Banco Central trabalha com expectativa de futuro. Pelo que estou sentindo, a maioria das pessoas entende que é bom indicar, mas tudo tem que ser combinado”, disse Wagner a jornalistas no Senado.
A menção a “tudo tem que ser combinado” se dá por conta de se fechar um acordo para realizar a sabatina do indicado por Lula no Senado. Há a expectativa de que o presidente indique o sucessor do Banco Central em outubro, mas isso irá coincidir com a realização das eleições municipais que, de praxe, esvaziam os corredores do Congresso.
A sabatina no Senado é feita pelos integrantes da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que depois encaminham a votação ao plenário.
Entre os mais cotados para assumir a vaga é o economista André Galípolo, que foi o secretário-executivo do Ministério da Fazenda antes de ser sugerido pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, para ocupar a diretoria de Política Monetária do BC.
Galípolo, no entanto, já deu sinais de que tem compromisso com a vigilância sobre a inflação e afirmou recentemente que o Banco Central pode ajustar a taxa básica de juros se necessário – uma indicação de que não deve se dobrar às críticas de Lula para baixar a Selic se for indicado e aprovado para a presidência da autoridade monetária.
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