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Atualizado em 02/05/2006 às 21h39

O Palácio do Planalto informou no início da noite desta terça-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta quinta-feira, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, com os presidentes da Bolívia, Evo Morales, da Argentina, Nestor Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chavez, para discutir "a segurança energética da América do Sul".

O governo brasileiro divulgou também uma nota com cinco itens na qual afirma que o Morales garantiu ao presidente Lula, em conversa telefônica, que o fornecimento de gás para o Brasil não sofrerá corte. Entretanto, o líder afirmou que os preços serão decididos em negociações bilaterais.

"O governo brasileiro esclarece, finalmente, que o abastecimento de gás natural para seu mercado está assegurado pela vontade política de ambos os países, conforme reiterou o presidente Evo Morales em conversa telefônica com o presidente Lula e, igualmente, por dispositivos contratuais amparados no direito internacional. Na mesma ocasião, foi esclarecido que o tema do preço do gás será resolvido por meio de negociações bilaterais", diz o quarto item da nota.

Nessa segunda-feira, Morales decretou a nacionalização das reservas de petróleo e gás bolivianas e determinou a ocupação militar de 53 instalações petrolíferas privadas no país, entre elas as unidades da Petrobras. Nesta terça-feira, as unidades ainda estavam ocupadas por militares nesta terça-feira, mas as operações seguiram normalmente com os funcionários realizando as trocas de turnos.

Lula telefonou para Morales, após reunião que durou quase o dia todo no Palácio do Planalto, na qual participaram os ministros de Minas e Energia, Silas Rondeau, da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Avaliação

Durante a reunião, a avaliação do presidente Lula e seus ministros é de que a Petrobras não deve deixar a Bolívia, porque a presença brasileira no país andino interessa aos dois lados. Além disso, o governo se mobilizou para tranqüilizar a população.

Antes de entrar na reunião, o presidente da Petrobras afirmou que o fornecimento de gás do país vizinho está normal e voltou a dizer que a estatal acredita que não haja risco de problemas no abastecimento no Brasil.

- O fornecimento de gás da Bolívia está absolutamente normal. Temos um contrato até 2019 de 30 milhões de metros cúbicos de gás para o Brasil, Portanto, não acreditamos que haja nenhum risco significativo ao fornecimento de gás para o país - afirmou Gabrielli.

Apesar da afirmação, Gabrielli disse que a estatal está se preparando para reduzir a dependência da Bolívia.

- Estamos intensificando ao máximo possível a produção brasileira e estamos estudando alternativas para a expansão do fornecimento de outras fontes, mas não tem nenhuma solução adequada para o curto prazo em relação a uma situação de emergência - acrescentou.

Entretanto, especialistas e indústrias passaram o dia alertando para o risco de uma crise no abastecimento.

Apesar da crise, as ações da Petrobras subiram 3,41% (Petrobras ON) e 1,77% (Petrobras PN). A justificativa do mercado é que o gás boliviano é muito importante para o Brasil, mas não para os resultados financeiros da Petrobras.

Leia a íntegra da nota do Palácio do Planalto

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