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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (8) que o Brasil tem condições de emprestar dinheiro para a Grécia enfrentar sua crise finaceira e criticou a demora da União Europeia em socorrer o país. Nesta quinta-feira, o Brasil anunciou que vai colaborar com US$ 286 milhões ao pacote de ajuda à Grécia elaborado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), para tentar tirar o país da crise que ameaça o sistema financeiro mundial.

"Eu acho que na Europa eles estão demorando muito. Faz algum tempo que a Grécia está na UTI. Você tem que dar logo remédio, as pessoas não podem ficar regateando. A crise de 2008 já teve um pouco de demora", afirmou, logo após tomar vacina contra a gripe comum, em São Bernardo do Campo.

O presidente disse que até as medidas de combate às causas da crise de 2008 ainda não foram postas em prática. "Até agora as decisões que a gente tomou na primeira reunião do G20 não foram implementadas. Ora, se você não cuida do sistema financeiro e permite que a especulação financeira continue, vai ser muito difícil ter uma economia sólida e eminentemente produtiva."

Lula voltou a reafirmar a posição brasileira de credor no sistema financeiro internacional. "Nós estamos em condições de emprestar dinheiro para o FMI para ele poder emprestar para a Grécia, ou seja, isso é uma situação importante para o Brasil. Nós já não somos mais um país pedinte. Nós já estamos em condições, já nós colocamos [US$] 14 bilhões em empréstimos para o FMI e agora vamos emprestar dinheiro para ajudar a Grécia, e queremos dar dinheiro para ajudar outros países mais pobres", afirmou.

Para receber o pacote de ajuda do FMI, o governo grego se comprometeu a pôr em prática uma série de medidas de ajuste fiscal. Entre as ações estão o congelamento de salários dos servidores públicos até 2013, o aumento de impostos, o corte no planos de aposentadoria, o fim de vários benefícios e a flexibilização das leis trabalhistas. O anúncio do plano provocou uma onda de protestos violentos no país, que deixou pelo menos três mortos.

Ajuda brasileira

Nesta sexta (7), o governo anunciou que vai colaborar com o pacote de auxílio financeiro à Grécia, formulado pelo FMI. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o Brasil vai liberar US$ 286 milhões das reservas internacionais para ajudar a Grécia a superar a crise financeira que afeta o mercado financeiro internacional.

"Nós vamos pegar (os recursos) das reservas, mas é uma conversão em direito especial de saque que vai para a reserva. A reserva não muda em função disso. É uma troca de aplicação, pois o direito especial de saque rende também juros."

O pacote financeiro de socorro à Grécia soma 110 bilhões de euros. Esse volume de recursos deve ser suficiente para o país honrar compromissos com credores nos próximos três anos, segundo Mantega. O ministro também já havia criticado a demora da União Europeia em socorrer a Grécia. "Essa demora acabou agravando a situação", disse.

Mantega descartou a contaminação da economia brasileira pela crise grega. "O Brasil é uma economia sólida, possui mais de US$ 245 bilhões de reservas e não será afetado pela crise na Europa", comentou.

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