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Ministros apostam em recuperação já no segundo semestre

Assim como o presidente Lula, os principais ministros ressaltaram ontem, durante a reunião para investidores e analistas em Nova Iorque, que o Brasil não passará por uma recessão, e que será um dos primeiros países do mundo a sair da crise e sua economia ainda crescerá este ano.

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Para analistas, União entre Brasil e EUA é positiva

É preciso coordenação internacional para enfrentar a crise global. Nesse sentido, na opinião de especialistas, é um sinal positivo a criação de um grupo de trabalho entre Brasil e Estados Unidos para buscar propostas comuns para a reunião de cúpula do G20 – grupo integrado pelos países mais ricos e por emergentes de peso, marcada para o próximo dia 2.

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Nova Iorque - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem a possibilidade de mudar o cálculo de rentabilidade da caderneta de poupança, mas negou que a decisão já tenha sido tomada. "Nós temos de pensar, não podemos permitir que os poupadores tomem prejuízo no Brasil, nós precisamos defender a poupança", disse, durante seminário sobre o país em Nova Iorque.

Muitos analistas têm alertado para o fato de que a tendência de forte queda da taxa básica de juros (Selic) beneficiará a poupança em detrimento de outras modalidades de aplicação financeira. O presidente afirmou que vai ter uma reunião com a equipe econômica quando chegar ao país "para ver como fica". "Vamos discutir o que vamos fazer, porque eu também não posso adivinhar."

"Mas nós já mexemos dois anos atrás, quando descobrimos que gente que tinha muito dinheiro queria pôr na poupança. E nós mexemos para garantir a poupança apenas para os pequenos poupadores, aqueles que precisam da poupança. Aqueles que têm dinheiro que façam outro tipo de investimento", afirmou.

Lula participou ontem de um encontro em Nova York no hotel Plaza com investidores e empresários dedicado ao Brasil, promovido pelos jornais "Valor" e o diário americano "The Wall Street Journal". Ele dedicou boa parte de sua apresentação para comentar a posição do Brasil diante da crise econômica.

Na opinião do presidente, "o momento é propício para que sejamos mais ousados". Lula acrescentou que sabe da gravidade da crise. Segundo ele, um problema crucial para a economia mundial é a falta do crédito. De acordo com Lula, a estatização de bancos nos EUA seria uma saída. "Mas sei que é como se fosse um palavrão", disse. Outra alternativa, segundo Lula, seria "o Estado assumir a responsabilidade de criar bancos públicos, como os que existem no Brasil".

O presidente afirmou que é necessário estabelecer formas para que o Fundo Monetário Internacional (FMI) ajude a restabelecer o fluxo de capital para os emergentes e, também, para que o Banco Mundial continue a ajudar os países mais pobres do mundo, apesar da crise.

Sobre protecionismo, Lula reconheceu que é "correto que cada país esteja preocupado em resolver seu próprio problema", mas disse que tem "visto discursos" protecionistas. "É um equivoco", ponderou. "Por isso, continuo defendendo a Rodada Doha."

O presidente afirmou que as prioridades brasileiras a serem levadas à reunião do G20 são o restabelecimento do crédito internacional (à rolagem de dívidas corporativas e ao comércio exterior); a defesa da estatização de bancos, se necessário (para que o crédito volte a fluir); e o combate ao protecionismo entre os países.

Lula também defendeu o fim dos paraísos fiscais: "Eles representam o aliado fundamental do crime organizado internacional, do narcotráfico, da corrupção e do terrorismo", disse, em discurso durante almoço no seminário.

No mesmo discurso, Lula discorreu sobre vários temas. E procurou dar um caráter épico ao atual momento, no qual o papel do Estado sairia fortalecido em detrimento do livre mercado. "O demônio de ontem [o Estado] transformou-se no salvador de hoje", disse.

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