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Lula busca na Venezuela apoio a etanol e não aceitará desaforo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva veio à Venezuela nesta segunda-feira com a missão de colocar panos quentes no contencioso do etanol, mas também chegou disposto a "não levar desaforo para casa" caso os vizinhos elevem o tom, afirmou à Reuters um interlocutor do presidente.

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Apesar das divergências políticas sobre o etanol, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez exaltaram mais uma vez a necessidade da união latino-americana para o desenvolvimento regional.

Os dois líderes sul-americanos lançaram nessa segunda-feira a pedra fundamental de um pólo petroquímico em Barcelona, a 400km da capital Caracas, e reafirmaram o desejo de repetir em outros países da região projetos de desenvolvimento econômico.

- (o empreendimento) É o primeiro passo e uma demonstração extraordinária do que podemos plantar para o futuro da América do Sul e para o futuro da América Latina - disse Lula.

E completou:

- Quem sabe, daqui a um tempo não muito distante, a América Latina e a América do Sul se transformem num continente de países exportadores de conhecimento e inteligência.

De acordo com o presidente, parcerias econômicas e políticas só acontecem "quando os governantes sonham grande".

Chávez, por sua vez, disse que os sul-americanos guardam nos gens a visão de uma grande pátria unida e que as nações sul-americanas precisam recuperar a "consciência do Sul".

- O Paraguai sozinho, a Bolívia sozinha, jamais conseguiriam. O Brasil, sozinho, jamais poderia (se desenvolver). Sejamos juntos para sermos livres - afirmou Chávez evocando José Martí, poeta e mártir da independência cubana.

Mais cedo, antecipando-se a mais críticas sobre o etanol, o presidente Lula havia dito em seu programa de rádio que é possível produzir álcool sem comprometer o plantio de alimentos .

No domingo, Chávez já havia colocado panos quentes sobre a discussão petróleo x biocombustível, dizendo que suas críticas se dirigiam aos EUA .Petroquímica integrada

A empresa brasileira Braskem e a estatal venezuelana Pequiven firmaram um acordo para a construção de um projeto petroquímico integrado das Américas. A criação das empresas-mistas deverá ser concluída em 90 dias.

Um dos projetos prevê a produção de 1,3 milhão de toneladas/ano de eteno a partir de gás natural, integrado à produção de 1,1 milhão de toneladas/ano de polietileno.

O segundo projeto é uma planta de polipropileno com capacidade para 450 mil toneladas/ano. Os investimentos chegarão a 3 bilhões de dólares. Dos 50 por cento da Brasken, 30 por cento são recursos próprios e 70 por cento contratados em instituições financeiras.

Os presidentes do Paraguai Nicanor Duarte Frutos e da Bolívia Evo Morales foram convidados à solenidade.

Em seus discursos, nenhum dos dois presidentes mencionou o etanol, motivo de críticas de Chávez e do presidente cubano Fidel Castro, que disseram que os biocombustíveis trariam fome para milhões de pessoas nos países pobres.

O presidente venezuelano, no entanto, tangenciou o tema ao tratar da crise energética e defendeu soluções para o consumo local.

"Vivemos uma crise energética mundial. A causa se chama petróleo. A causa se chama energia. A América do Sul tem tudo para enfrentar essa crise, semeando as potencialidades de cada país e dando prioridade a nosso consumo", disse Chávez.

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