Com discursos amistosos e de boa vizinhança, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicanor Duarte, do Paraguai, inauguraram no início da noite de segunda-feira em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, as duas últimas unidades geradoras da Itaipu Binacional, a 9 A e a 18 A. Ao reconhecer o importante papel desempenhado pela hidrelétrica ao Brasil e Paraguai, Lula lembrou da oposição feita no país na época da ditadura militar para barrar a construção da usina tendo enquanto opositores ele mesmo e o atual diretor-geral Jorge Samek -- e reconheceu o papel fundamental da binacional atualmente.
Segundo Lula, a hidrelétrica é importante não apenas pela quantidade de empregos e riqueza que gera, mas pela garantia do Brasil de ter 50% da energia produzida e do Paraguai de que a economia vai crescer. "Agora estamos tentando construir outras hidrelétricas e hoje não é tão fácil. A legislação é mais dura e os ambientalistas estão mais exigentes", alega.
Diretor paraguaio cobra "espírito fraternal" do Brasil
O presidente Lula disse que com Itaipu pronta, ficará mais fácil resolver qualquer problema do Brasil e do Paraguai. O presidente ainda ressaltou a necessidade dos estudantes brasileiros e paraguaios conhecerem a usina para poderem ver o monumento construído pelos cidadãos dos dois países. O presidente Nicanor Frutos elogiou Lula ao considerá-lo estar à frente do mais solidário governo que o Brasil já teve em relação ao Paraguai. O único tom de crítica que surgiu durante a solenidade partiu do diretor-geral paraguaio da Itaipu, Victor Bernal. Segundo ele, o Brasil poderia mostrar um espírito de fraternidade com o Paraguai revendo taxas cobradas do país. "Uma mostra do espírito de fraternidade por parte do Brasil seria a eliminação do fator de ajuste que o Paraguai valoriza muito porque vai representar maiores benefícios para o nosso país, os quais serão destinados a satisfazer os justos reclamamos dos setores mais carentes", diz Bernal. O fator de ajuste é um índice usado como base de cálculo dos juros a serem empregados sobre a dívida de Itaipu com a Eletrobrás, relativos aos investimentos feitos na construção da usina.
Estiveram presentes na solenidade os ministros paranaenses Reinold Stephanes, Agricultura, Paulo Bernando, Planejamento, e o ministro Silas Rondeau, Minas e Energia, além do Ministro das Relações Exteriores Celso Amorin e o governador do Paraná em exercício Orlando Pessuti.
Lula chegou na usina por volta das 19h15, quase duas horas de atraso do horário previsto. Após a solenidade, o presidente seguiu para Brasília.
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