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Lula e ministros
Presidente cobrou principalmente de Fernando Haddad, dizendo que o dinheiro não deve ficar parado no Tesouro.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou nesta sexta (3) a cobrança para que seus ministros invistam os recursos destinados aos ministérios em obras de infraestrutura, e que não criem novos projetos além dos que já foram propostos ao longo deste ano. O recado direto foi dado durante uma reunião com as pastas voltadas à infraestrutura e à economia no Palácio do Planalto.

Entre os destinatários do recado estava o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que se tornou alvo na última semana após Lula dizer que o governo pode não cumprir a promessa de zerar o déficit nas contas públicas em 2024. Na última segunda (30), Haddad teve que vir à público afirmar que Lula não tinha se “descompromissado” com a meta.

“Para quem está na Fazenda, dinheiro bom é dinheiro que está no Tesouro, mas para quem está na Presidência dinheiro bom é dinheiro transformado em obras. É dinheiro transformada em estrada, em escola, em escola de primeiro, segundo, terceiro grau, saúde”, cobrou Lula a Haddad.

A cobrança de Lula a Haddad vem num momento em que a ala política do governo defende um déficit nas contas públicas de até 0,5% do PIB no ano que vem, para evitar corte de gastos em ano de eleições municipais. O objetivo é ampliar investimentos em prefeituras principalmente de aliados, com vista à sucessão presidencial de 2026 em que pretende disputar a reeleição – como o PT já deixou claro recentemente.

Lula pediu aos ministros que sejam “os melhores gastadores de dinheiro em obras de interesse do povo brasileiro”, principalmente os projetos que fazem parte da nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em agosto e que prevê investimentos de até R$ 1,7 trilhão.

Ele reforçou o recado dado em outras reuniões ministeriais de que os ministros não devem criar novos projetos além dos que já foram propostos até agora, que há uma quantidade suficiente até o fim do mandato.

“Ninguém precisa inventar nada novo neste país. Está tudo determinado, a gente vai fazer essas obras. A gente tem até 2026 para que a gente execute parte dessas obras”, ressaltou o presidente.

Lula ainda cobrou dos ministros que todas as falhas que forem percebidas neste primeiro ano de governo não devem ser repetidas em 2024. A cobrança é semelhante à que fez na live “Conversa com o Presidente” desta semana, em que destacou que fará mais duas reuniões com ministros até o final do ano, sendo uma com os das áreas social e de serviços e outra geral para um balanço do ano.

"É como o intervalo entre o primeiro e segundo tempo. O primeiro está terminando e faremos um balanço final, para não repetir possíveis equívocos e continuar trabalhando para melhorar a vida das pessoas", disse no final da manhã nas redes sociais.

Entre os ministros que participaram desta reunião, estiveram também Renan Filho (Transportes), Silvio Costa (Portos e Aeroportos), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Juscelino Filho (Comunicações), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação da Presidência), além do vice-presidente Geraldo Alckmin, que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

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