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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, em seu programa de rádio Café com o Presidente, que o país trabalha para ser independente na produção de gás.

- Estamos trabalhando com a certeza de que, logo, logo, o Brasil também será independente na questão da produção de gás - afirmou, associando isso à recente descoberta de uma grande reserva do combustível na Bacia de Santos.

Entretanto, Lula reconheceu que, apesar do Brasil poder se tornar um dos grandes produtores de petróleo do mundo, atualmente, depende do gás da Bolívia e, por isso, segundo ele, é preciso investir no país vizinho.

- (Essa descoberta) Significa que o Brasil passa a ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Obviamente que esse petróleo, ele não vai conseguir ser extraído amanhã. Ele vai ter que esperar, pelo menos, uns cinco ou seis anos enquanto a Petrobras se prepara do ponto de vista tecnológico para chegar no petróleo, que é quase 6 a 7 mil metros de profundidade - disse o presidente.

- O Brasil hoje depende do gás da Bolívia, a Argentina depende do gás da Bolívia, o Chile depende do gás da Bolívia e nós precisamos fazer investimento na Bolívia para que a gente possa produzir mais para atender o mercado interno da Bolívia, o mercado interno brasileiro, o mercado argentino e o mercado chileno - acrescentou.Lula vai à Bolívia negociar em dezembro

Ainda neste ano, no dia 12 de dezembro, o presidente brasileiro vai a La Paz acertar com o dirigente boliviano Evo Morales um novo acordo para voltar a investir na Bolívia.

- A Petrobras não vai fazer uma opção de investir aqui ou ali, ela vai investir aonde puder investir para que a gente possa dar tranqüilidade à sociedade brasileira - afirmou o presidente.

Desde o incidente de retomada de refinarias da Petrobras no país vizinho, a estatal brasileira não faz nenhum investimento novo lá, apesar de já ter conseguido receber indenização pela decisão.

Na sua última visita à Bolívia, Lula pacificou as relações, acertando também o reajuste do preço do gás importado pelo Brasil e a renegociação dos contratos de exploração de gás com aumento dos impostos e royalties pagos.

Entretanto, apesar da disposição positiva do governo brasileiro, o presidente boliviano tem dado declarações nada diplomáticas a respeito do Brasil. Recentemente, Evo Morales se juntou aos críticos do etanol, a principal bandeira do presidente Lula, e fez um discurso criticando o combustível na abertura da Assembléia Geral da ONU, em setembro.

Presidente: prioridade do gás é para as termelétricas

O discurso do presidente nesta segunda-feuira reforçou ainda a decisão da Petrobras no final de outubro de limitar o fornecimento de gás natural a distribuidoras dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

- Num primeiro momento, o gás tem prioridade para termelétrica. Ou seja, quando os lagos que produzem energia elétrica tiverem num nível muito baixo, nós acionaremos imediatamente as termelétricas-gás - explicou.

- Num segundo momento, a Petrobras precisa atender às suas próprias necessidades porque ela precisa reinjetar gás para tirar petróleo. Aí, depois, ela pode oferecer para as indústrias, oferecer para os carros, oferecer para quem quiser - destacou o presidente.

De acordo com a Petrobras, há mais de um ano, as empresas retiravam combustível além do previsto nos contratos.

Segundo a companhia, a redução da entrega foi necessária para atender aos demais contratos e garantir a geração de energia elétrica das usinas a gás natural, conforme termo de compromisso assinado pela estatal com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em maio deste ano.

Investimentos em biocombustíveis deve continuar

Segundo Lula, a descoberta do novo campo petrolífero não resultará em menos investimentos em biocombustíveis.

- A questão do biocombustível, ela tem duas finalidades importantes. Primeiro, aumentar a importância do Brasil na matriz energética mundial que queremos construir para combater a poluição do planeta - afirmou.

- Todos nós sabemos do aquecimento do planeta e todos nós sabemos que o petróleo é um dos causadores desse problema. Portanto, nós vamos continuar investindo nos biocombustíveis - destacou o presidente.

Visita do secretário-geral da ONU

O assunto biocombustíveis deve estar na pauta do encontro de Lula com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, nesta segunda-feira.

No domingo, o secretário-geral das Nações Unidas, o sul-coreano Ban Ki-moon, afirmou que o Brasil é "uma economia muito limpa"

O diplomata visitou uma usina de etanol em Jaboticabal, no interior do estado de São Paulo. O combustível, produzido a partir da cana-de-açúcar, é uma opção que o Brasil promove em substituição ao petróleo.

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