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Apesar dos dados positivos da produção industrial divulgados nesta sexta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou frustração. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção no primeiro semestre expandiu-se 4,8%, melhor índice desde 2005.

"Os dados do IBGE estão mostrando que o crescimento não é tanto quanto eu gostaria, mas não é como os pessimistas diziam", disse o presidente durante o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento em 12 estados mais o Distrito Federal.

Mas diante dos dados que mostraram que a produção industrial cresceu 1,2% em junho deste ano na comparação com maio e 6,6% em relação a junho de 2006, Lula não poupou seus críticos.

"Aqueles (pessimistas) de plantão ficam dizendo: 'Ai, não vai acontecer, ai, não vai acontecer'. O cara sabe que precisa comer um ovo, mas fica torcendo para a galinha não pôr o ovo", disse. "A economia vai bem, e o PAC vai ajudar a acelerar a economia", prosseguiu.

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O governo federal anunciou nesta sexta-feira investimentos de R$ 6,86 bilhões em 12 estados e o Distrito Federal para saneamento básico e urbanização de favelas. Os recursos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os estados selecionados foram Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia, Roraima, Tocantins, Espírito Santo, Goiás, Pará, Maranhão, Alagoas e Santa Catarina.

Dados apresentados pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, mostram que, do total de investimentos, R$ 5,9 bilhões serão recursos federais, R$ 598,9 milhões dos governadores, e R$ 303 milhões, dos prefeitos.

"Essa etapa do PAC tem três aspectos: ambiental, de saúde pública, com a diminuição de doenças, e de renda, melhorando a renda da população dessas cidades", disse a ministra.

Dilma fez uma exposição dos investimentos em cerimônia no Palácio do Planalto nesta manhã, que contou com a presença dos governadores, prefeitos, outros ministros, parlamentares e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula cobra fiscalização

O presidente, aliás, cobrou de governadores e prefeitos fiscalização das obras do PAC para agilizar a liberação de dinheiro e avisou que o governo adotará uma política "definida" para a área de saneamento.

"Não será mais uma política eventual, será política pública definida e determinante nesse país. E independentemente de quem governará o país daqui a 4 anos, nenhum presidente vai ter coragem de transformar em secundária as obras em saneamento básico", afirmou.

Lula disse também que espera que os recursos dêem resultados já em fevereiro do ano que vem e afirmou que, se depender dele, não haverá economias no setor.

"Eu quero que até fevereiro esse dinheiro esteja produzindo os efeitos que precisam produzir, gerando emprego, melhoria da qualidade de vida. Porque se vocês não gastarem esse dinheiro bem, daqui a pouco é tudo o que o Tesouro quer. E isso não é culpa do Tesouro. Todo tesoureiro é assim. Eu não sei porque diabos essas pessoas gostam tanto de guardar dinheiro debaixo do travesseiro".

Critérios de divisão

Segundo o governo, as obras foram selecionadas de acordo com quatro critérios: impacto nas condições de vida da população; recuperação ambiental e da bacia hidrográfica; municípios com mortalidade infantil elevada.

Lula explicou ainda os motivos das escolhas das cidades selecionadas. "É exatamente onde está o centro nervoso da sofrível vida de quem mora na periferia. A gente vai levar asfalto, luz, área de lazer para que a gente possa minimizar o sofrimento de milhões de brasileiros que vivem nas regiões metropolitanas", disse.

Os maiores investimentos serão feitos no Pará, com R$ 970,1 milhões, seguidos pelo Distrito Federal (R$ 858 milhões). Coube à governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), discursar pelos governadores. "Esse é um momento de agradecimento e reconhecimento", disse.

Nos estados contemplados nesta sexta, serão beneficiados 76 municípios. As obras do PAC já foram anunciadas em outros 12 estados. Resta o anúncio das iniciativas para Rio Grande do Sul e Paraná.

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