A edição desta semana da revista britânica "The Economist" afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa de um trator para remover os obstáculos ao crescimento da economia, mas que, em vez disso, ele parece estar usando uma empilhadeira.

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"Idealmente, Lula deveria desempacotar um trator para remover os principais obstáculos ao crescimento: o gasto público, que é tanto excessivo como mal orientado, e a regulação, que é onerosa e por vezes extravagante", afirma o artigo intitulado "Trator necessário".

"Em vez disso, Lula está propondo usar uma pequena empilhadeira, que pode remover alguns impedimentos, mas espalhar outros", diz a revista em referência ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), prometido pelo presidente para este mês para "destravar o crescimento", como Lula tem defendido em seus discursos.

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Segundo a revista, uma das medidas que devem vir junto com o PAC é o aumento em 5,3% do salário mínimo, para R$ 380, o que "inflaria o já intolerável custo das aposentadorias financiadas pelo Estado".

Outro problema do PAC, segundo a "Economist", é que o governo sinaliza com um provável corte de impostos para fomentar investimentos em infra-estrutura, mas não explica como o gasto público será reduzido para financiar a mudança tributária.

"Destravar o governo"

A revista diz que Lula está em uma "posição forte" para agir - já que foi reeleito com 61% dos votos e tem "admirável" aprovação de 71% da população -, mas avalia que a principal preocupação a partir de agora é com a performance do governo e do presidente.

"Um problema é que Lula ainda precisa destravar seu próprio governo", diz a "Economist".

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"Ele adiou a indicação do novo ministério, em parte porque a nomeação de partidos para os cargos depende de quem for eleito no próximo mês para presidir a Câmara dos Deputados e o Senado."

Segundo a revista, Lula deverá "sentir falta do conselho de pessoas de destaque no primeiro mandato que foram derrubadas por escândalos, em especial do ministro reformador Antonio Palocci".

A revista ainda cita a educação e a segurança pública como desafios para o segundo mandato de Lula.