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São Paulo – As ações da Varig dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), ontem, após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o governo pode oferecer auxílio à companhia. Por volta das 11h30, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto da companhia) atingiram a máxima de R$ 1,80, depois de terem encerrado a quinta-feira em R$ 1,16. Às 13 horas, o papel foi cotado a R$ 1,52 – alta de 31,03% em relação ao fechamento de quinta.

Lula voltou a afirmar que o governo não vai colocar dinheiro público na empresa, mas elogiou a proposta apresentada anteontem pelo juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, que conduz na Justiça o processo de recuperação da companhia. E disse ainda: "podemos financiar a salvação, desde que a Varig cumpra seu papel".

Na quinta-feira, Ayoub afirmou que o desenho de uma proposta de salvamento da Varig pode ser fechado até a próxima terça-feira. Uma das idéias em discussão, e que permitiria a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é a divisão da Varig em duas empresas: uma para operar as rotas domésticas e outra controlando as linhas aéreas internacionais.

A nacional, saneada das dívidas, seria leiloada a investidores privados. Já a outra, além das rotas internacionais, arcaria com as dívidas, mas também ficaria com os créditos de cerca de R$ 4,5 bilhões que a Varig cobra na justiça da União por causa de prejuízos sofridos com planos econômicos do passado, além de créditos de ICMS, estimados em R$ 1,2 bilhão, de 15 Estados – créditos que também são frutos de ações judiciais. Há detalhes desse modelo, no entanto, ainda sem explicação

Interesses

A movimentação da alta cúpula do governo em relação à situação da Varig ficou mais intensa nos últimos dias. Após passar semanas negando a possibilidade de um empréstimo do BNDES para salvar a Varig, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu na quarta-feira que a instituição poderá financiar a operação, desde que um novo investidor dê garantias. O ministro da Defesa, Waldir Pires voltou a afirmar ontem que a falência da Varig não interessa a ninguém, mas também evitou entrar nos detalhes da discussão.

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