Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Fraude no INSS

Lupi silencia após demissão de indicado ao INSS por ordem de Lula

Carlos Lupi
Ministro indicou o agora ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, suspeito de participar em esquema de fraude no INSS. (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

Ouça este conteúdo

O ministro Carlos Lupi, da Previdência, adotou o silêncio nesta quinta (24) após seu indicado à presidência do INSS, Alessandro Stefanutto, ser demitido do cargo por ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O executivo foi um dos alvos da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal na quarta (23) por suspeita de envolvimento em um esquema que pode ter desviado R$ 6,3 bilhões em recursos de aposentados e pensionistas.

Lupi chegou a defender Stefanutto das suspeitas após o afastamento determinado pela Justiça em meio ao cumprimento de mandados da operação. No entanto, a situação foi se agravando ao longo do dia até que Lula ordenou a exoneração dele do cargo.

Ao chegar no ministério para trabalhar na manhã desta quinta (24), Lupi apenas disse a jornalistas que “não [vou comentar], é uma decisão do presidente da República tendo em vista do que foi apurado”.

VEJA TAMBÉM:

Na quarta (23), durante a coletiva de imprensa do governo que explicou como foi a operação e como a fraude era realizada, Carlos Lupi reconheceu que Stefanutto era seu indicado ao cargo e que deveria ser mantido na presidência – mesmo que afastado – até se comprovar as possíveis condutas dele no esquema.

“Vamos aguardar o desfecho com os cuidados devidos como diz a Constituição, para garantir o amplo e total direito de defesa para não colocarmos essas pessoas para queimar na fogueira”, disse Lupi pontuando que Stefanutto sempre lhe deu demonstrações de ser um servidor exemplar no INSS.

Além do executivo, outros cinco diretores do órgão foram afastados dos cargos em cumprimento a ordens judiciais da operação.

Embora as supostas fraudes tenham sido cometidas desde o ano de 2016, segundo explicou a Controladoria-Geral da União (CGU), houve um salto de reclamações e de descontos associativos irregulares a partir de 2022. Steffanuto assumiu a presidência do INSS em 2023 e chegou a anunciar uma força-tarefa para apurar as denúncias dos beneficiários.

“A maioria delas [entidades] foram cadastradas pelo INSS em 2022, e algumas antes em 2017 e em 2019. [...] Começamos essa apuração em 2023 e levamos essa preocupação ao INSS em 2024”, afirmou o ministro Vinícius Marques de Carvalho, da CGU.

Segundo o governo, as investigações prosseguem para se descobrir como as associações e entidades conveniadas conseguiram autorização do INSS para operar os supostos benefícios fraudulentos e como era a logística do recolhimento dos descontos nas aposentadorias e pensões.

VEJA TAMBÉM:

Use este espaço apenas para a comunicação de erros