O Rio Madeira, que margeia a capital rondoniense, tem esse nome devido a uma peculiaridade natural: ao longo do período de cheia, entre novembro e abril, são carregados pelo fluxo da água 7 mil troncos de árvores por dia. Para contornar a situação, os engenheiros de Jirau e de Santo Antônio chegaram a um consenso de que o material deveria seguir com o rio a princípio cogitou-se a retirada das árvores antes de Jirau, mas, como a quantidade de troncos coletada anualmente seria imensa, a hipótese foi descartada. Com isso, tudo o que for carregado pelas águas do Madeira passará pelas usinas em um sistema de separação e escoamento.
A construção de Santo Antônio será no modelo fio dágua, quando não é necessária a formação de um grande reservatório de água. Com isso, a área que será alagada para o funcionamento da usina será um pouco maior do que o registrado no período das cheias do Rio Madeira. "A usina estará afogada no meio do rio", afirma o gerente de engenharia, Wilson Correia Pinto.
Para remover os moradores da beira do rio, o consórcio investiu R$ 570 milhões no remanejamento de cerca de duas mil pessoas, em seis comunidades onde foram construídas 492 novas casas. Na Vila Nova de Teôtonio há 72 casas de alvenaria e ainda uma praia artificial, para que no futuro possa ser explorada na região a atividade de turismo. "Tentamos reproduzir tudo o que tinha na vila, com escolas, centro comunitários e igrejas. A comunidade foi convidada a participar do projeto e apesar dos conflitos, conseguimos bons resultados", comemora o geógrafo Fábio Luís Nogueira. Na região, crianças chegam do outro lado do rio para estudar na nova vila.
Outros R$ 20 milhões estão sendo investidos para a revitalização do trecho da ferrovia Madeira-Mamoré, entre o centro de Porto Velho e a usina. No futuro, a intenção é promover passeios turísticos no trajeto. Por enquanto, o que já foi revitalizado e é um ponto de encontro dos porto-velhenses é o parque na região da antiga estação de trem, às margens do Rio Madeira, de onde deverá sair a locomotiva turística.
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