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A partir de um pedido de recuperação judicial feito há quatro anos, a Justiça decretou a falência da madeireira pertencente ao prefeito de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau Filho (PSDB). O fechamento ocorreu com base na falta de condições de a empresa, que já tem 30 anos e chegou a empregar 900 pessoas, recuperar posição no mercado. Desde 2004, a madeireira foi abalada pela desvalorização do dólar, a queda na de­­manda do mercado norte-americano e a recente crise econômica mundial. A medida afeta 250 funcionários e reforça a crise no setor ma­­deireiro.

Reportagem da Gazeta do Povo mostrou, no início do mês, que 34 empresas do setor madeireiro já fecharam as portas no Paraná desde 2005. A Wos­grau Par­tici­pações Indústria e Comér­­cio Ltda, que deveria movimentar R$ 40 milhões ao ano para tornar-se viável, registrou faturamento de R$ 10,7 milhões em 2008 e de somente R$ 3,6 milhões entre janeiro e maio deste ano. Como a empresa fabrica molduras de madeira para os Estados Unidos e o mercado imobiliário norte-americano permanece desaquecido, a única saída encontrada pela Justiça foi a falência.

O juiz Luiz Henrique Miranda, responsável pelo decreto, emitido na tarde de terça-feira, observou que o fechamento afeta a economia do município, já que no início deste mês a fábrica de processamento de soja da Bunge também dispensou 150 funcionários com a suspensão das atividades na cidade. Para o gerente da Agência do Trabalhador, Antônio La­­roca, o fechamento de mais postos de emprego formal é um complicador, pois o mercado não vai absorver essa mão de obra. "Temos que requalificar esse pessoal e inseri-los em outros setores, como o da construção civil e o da prestação de serviços", comenta.

O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Madeira, Álvaro Scheffer, diz que toda a cadeia é prejudicada com o fechamento de uma indústria. "Não para só ela, param o fornecedor de matéria-prima e a indústria que processa o resíduo da madeira", acrescenta. Segundo ele, está na hora de se pensar em alternativas para a destinação da madeira no mercado interno com a oferta de novos produtos.

O prefeito Pedro Wosgrau não quis falar sobre a falência ontem. Ele adiantou que "talvez" divulgue uma nota à imprensa hoje. Em 2007, ele chegou a pedir licença do cargo por duas semanas para cuidar da empresa.

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