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Com a evolução do varejo online, o zelo com os documentos e as informações bancárias não pode se limitar às transações físicas. E o motivo é preocupante: 40% das vítimas de fraudes no Brasil cadastraram seus dados pessoais em sites falsos de promoção — principal causa de golpes virtuais dos últimos 12 meses, seguida por inscrições em vagas de emprego mentirosas (39%) e compras em sites falsos (22%). Os dados são de pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojista) e SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito).

No último ano, 8,9 milhões de brasileiros foram vítimas de fraudes virtuais, sendo que a maior parte dessas ocorrências (41%) está ligada à clonagem de cartão de crédito. “O comércio eletrônico tem crescido consistentemente no Brasil por uma combinação entre diversidade, preços competitivos, comodidade e segurança nos mais diversos segmentos de consumo. Entretanto, muitas pessoas não tomam os cuidados necessários nas transações online, o que contribui para que sejam enganadas”, alerta José César da Costa, presidente da CNDL.

Na avaliação do executivo, os golpes virtuais são geralmente caracterizados por produtos vendidos por valores abaixo da média do mercado, como uma armadilha para o consumidor inserir os dados do cartão de crédito ou  pagar um boleto bancário falsificado. “Oito em dez consumidores acreditam que podem sofrer algum tipo de fraude no decorrer da vida, seja fisicamente ou pela internet”, acrescenta Costa.

Mas os consumidores não são os únicos prejudicados com as fraudes. Os lojistas também perdem margem de lucro e correm risco de falência com as vendas invalidadas. Estudo divulgado este mês pela Konduto, startup paulista que desenvolve soluções antifraude, aponta que 2,2% dos 128 milhões de pedidos de compras avaliados pela empresa em 2018 foram tentativas de compras ilegítimas, ou seja: golpes.

Vídeos pornográficos são preferência dos fraudadores

Na lista de preferência do fraudadores estão conteúdo adulto (27,53%) — como vídeos pornográficos —, eletrônicos e smartphones (25,64%), armas de brinquedos (23,34%), cartões pré-pagos (22,78%) e joias (15,56%). As marcas, por sua vez, são as líderes de vendas de cada categoria para que os golpistas possam comercializar os produtos com mais facilidade e maior liquidez no mercado negro.

“Durante o processo da fraude, muitos criminosos utilizam o sistema de pagamentos de lojas virtuais menores ou até mesmo de ONGs para saber se um cartão clonado ainda pode ser usado. O fraudador faz uma transação de baixo valor, que não levanta a suspeita do banco e nem é notificada ao portador do cartão, e ali descobre se os dados são válidos ou não”, explica Tom Canabarro, cofundador da startup.

O estudo “Censo da Fraude” mostra também que a cada 10 mil tentativas de compras online fraudulentas no Brasil, 4 mil têm origem no estado de São Paulo. Na sequência aparecem Rio de Janeiro (9,77%), Minas Gerais (8,15%) e Bahia (5,36%). “São Paulo é líder em risco de golpes porque é responsável por mais de um terço das vendas online de todo o Brasil”, justifica Felipe Held, diretor da Konduto.

Na divisão por região, o Sudeste (60%) tem folga na liderança por causa de São Paulo, seguido por Nordeste 17,16%, Centro-Oeste (2,61%), Norte (3,39%) e Sul (1,31%). “Sul concentra o menor índice, mas as tentativas golpe têm relevância. A região concentra cerca de 13% da população brasileira e é responsável por quase 10% das tentativas de fraude em pagamentos digitais no Brasil”, analisa.

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