Protesto de trabalhadores rurais contra a reforma da Previdência em Curitiba nesta quarta-feira (8): maioria da população rejeita proposta do governo..| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A maioria dos brasileiros é contra a reforma da Previdência. Dentre os que tomaram conhecimento da proposta que o governo Temer encaminhou ao Congresso, 73,2% disseram rejeitar as mudanças, e apenas 21,1% afirmaram ser favoráveis. Os 5,7% restantes não sabem ou não opinaram.

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Os números são de uma pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, que ouviu 2.002 brasileiros de 146 municípios de todas as unidades da federação entre os dias 12 e 15 de fevereiro. A amostra tem um grau de confiança de 95% para uma margem de erro estimada em 2%.

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De acordo com o levantamento, 64% da população ouviu falar da reforma. A proporção dos que tomaram conhecimento aumenta conforme a escolaridade. Entre os brasileiros com ensino fundamental, 58,8% sabem da intenção do governo, índice que sobe para 61,8% entre os que completaram o ensino médio e 78,6% entre as pessoas com curso superior.

A população com idade entre 35 e 44 anos é a mais bem-informada a respeito da reforma: 71,8% ouviram falar dela. O menor índice está entre os jovens de 16 a 24 anos (50,2%). Na divisão por regiões, 76,2% dos habitantes do Sul tomaram conhecimento da proposta. Na sequência aparecem Nordeste (64%), Sudeste (61,3%) e Norte e Centro-Oeste (59,4%).

Dificuldades no Congresso

A ampla rejeição da população dá uma ideia das dificuldades que o governo Temer vai enfrentar para reformar a Previdência. A equipe econômica tem apresentado uma série de números para reforçar a necessidade de mudanças na legislação e evitar uma reforma “aguada”. Mas, de olho nas eleições de 2018, até mesmo os parlamentares da base aliada – que deram apoio quase irrestrito ao governo em votações como a da PEC do teto de gastos – trabalham para suavizar as novas regras.

Para aprovar a emenda constitucional que altera as regras da Previdência, o governo precisa da aprovação, em dois turnos, de três quintos dos deputados e três quintos dos senadores. Mas não parece ter esse apoio todo no momento.

Apenas 20,5% dos deputados consideram de alta prioridade as propostas do governo, e somente 38% concordam com a tese, do Ministério da Fazenda, de que sem reforma o crescimento econômico não será retomado, segundo pesquisa da Factual Informação e Análise em parceria com a consultoria GO Associados, citada recentemente pelo jornal “Valor Econômico”.

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