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Os empregos criados nos setores que resistem à crise pagam salários inferiores aos auferidos por quem está sendo desligado. A renda mensal média nas 20 ocupações que abriram vagas varia entre R$ 786,44, pagos aos trabalhadores agrícolas; e R$ 1.558,65, pagos aos professores com formação pedagógica no ensino superior. Ou seja, as 20 ocupações que mais empregam pagam salários inferiores a dois mínimos (R$ 1.576).

No outro extremo, o salário médio entre as ocupações que estão eliminando postos varia de R$ 890,27, salário de telefonista; a R$ 3.894,64, ganho médio de gerentes de marketing comercial.

- Para reduzir custos, as empresas estão demitindo trabalhadores com salários mais elevados por outros com salários menores - observa o consultor Rodolfo Torelly, com base nos dados do Caged.

Na lista das 20 ocupações que estão perdendo empregos, oito pagam acima de dois salários mínimos, sendo que a maioria dos cortes ocorre entre gerentes e supervisores.

Karolina da Costa, de 21 anos, foi demitida de um supermercado em Anchieta, na Zona Norte do Rio. A experiência da primeira demissão serviu de impulso para buscar novos rumos profissionais.

- Vou procurar empresas no Centro, pois me dá um leque maior de oportunidades. Quero trabalhar em loja ou empresa.

Desempregada desde março, Marcelina Carvalho, 32, vai até a agência do trabalhador em Brasília para consultar o sistema nacional de empregos (SINE) ao menos três vezes por semana. Ela trabalhava há dois anos como operadora de caixa de lotérica e disse ter sido afastada sem qualquer explicação.

- Acredito que foi corte de gastos - afirmou. - Quando aparece uma vaga, aparecem mil candidatos. Já fiquei um dia inteiro aqui e saí sem nenhuma perspectiva.

De janeiro a abril, o Sindicato dos Empregados no Comércio do Rio registrou 12.642 homologações de demissões, 18% a mais do que no mesmo período de 2014.

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