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A alemã MAN assumiu o controle da Volkswagen Caminhões e Ônibus por 1,175 bilhão de euros em dinheiro, mas descartou qualquer relação entre a transação e a crise financeira global.

Segundo Hákan Samuelsson, presidente-executivo da MAN que veio ao Brasil para o anúncio, "não há nenhuma relação com a crise financeira ou com fatores de curto prazo. É uma decisão estratégica. Queremos estar nesse mercado", afirmou a jornalistas nesta segunda-feira.

A mesma resposta foi dada à variação cambial vivida neste momento. "Quando se fala em estratégias de longo prazo, não se pode levar em conta situações de curto prazo, como o câmbio", disse Samuelsson.

Executivos das duas companhias ressaltaram que as negociações entre elas já vinham acontecendo há meses, antes mesmo da crise, e que o interesse da MAN é fortalecer sua presença em um dos mercados que mais cresce neste momento.

A MAN tem uma participação muito pequena na América Latina. No Brasil, ela fornece motores a diesel para estaleiros e algumas turbinas, negócios que lhe rendem uma receita anual de, em média, 50 milhões de euros, segundo seu presidente.

"Temos que crescer e a Europa tem potencial limitado", reiterou Samuelsson, ao justificar a escolha do Brasil. A Europa Ocidental responde por 68 por cento das vendas da companhia.

VW É MAIOR ACIONISTA

A Volkswagen AG , que antes controlava a Volkswagen Caminhões, é a maior acionista da MAN, com 29,9 por cento de participação em seu capital votante. A companhia, entretanto, decidiu se dedicar aos automóveis e comerciais leves e concentrar os equipamentos pesados sob controle da MAN.

Como explicou Samuelsson, a MAN pode abrir outros mercados potenciais para as exportações da Volkswagen Caminhões, assim como complementar sua linha de produtos. As sinergias entre as duas empresas foram estimadas em 50 milhões de euros ao ano, a partir do terceiro ano da fusão.

A marca Volkswagen Caminhões e Ônibus vai ser mantida, como uma divisão da MAN, assim como toda a estrutura operacional e administrativa.

"O reflexo (desse negócio) será a expansão natural de volume de produção e de vendas. Por isso, de forma alguma isso vai afetar o atual volume de empregos", disse Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões.

A empresa emprega 5 mil pessoas dentro do sistema de consórcio modular que tem com outras parceiras de produção em resende (RJ). Desses, 600 são empregados diretos da Volkswagen.

Com receita de 2 bilhões de euros este ano, a Volkswagen Caminhões tem ampliado as vendas a uma média de 30 por cento anualmente, em volume, mas não espera o mesmo índice em 2009.

As vendas, que foram de 47 mil unidades em 2007, devem alcançar 54 mil este ano. Para 2009, diante do desaquecimento provocado pela crise, a empresa projeta "5 por cento a mais ou a menos", segundo Cortes.

Em 2010, no entanto, o executivo já prevê a retoamada para os patamares de crescimento registrados até este ano.

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