A manifestação de caminhoneiros no Paraná provocou uma fila de aproximadamente 20 quilômetros na rodovia BR-158, entre Campo Mourão e Peabiru, no Centro-Oeste do estado. Segundo os líderes do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) da região, nenhum tipo de veículo era liberado para ultrapassar a paralisação por volta das 16h20. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou o bloqueio.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) do Paraná em Campo Mourão, José Severino Provasi, confirmou que a paralisação total aconteceu como uma espécie de protesto em razão da morte de um caminhoneiro na segunda-feira (30), no trevo da BR-369, em Mamborê. Segundo ele, normalmente a paralisação nas estradas envolvem apenas caminhoneiros.
Provasi também confirmou que é feito o manifesto na PR-147, em Campo Mourão (saída para Guarapuava). A paralisação no local atinge aproximadamente 10 quilômetros, mas envolve apenas caminhoneiros. Os membros do movimento utilizam cones para interromper o tráfego.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que ainda não agiu porque os manifestantes informaram que a paralisação deve durar entre uma hora a duas horas. Após isso apenas os caminhoneiros serão mantidos no bloqueio.
Além de Campo Mourão, o Sinditac possui outras duas sedes nas regiões Noroeste e Centro-Oeste. O sindicato de Astorga abrange outros 22 municípios. Paranavaí é a maior sede do Noroeste, com 28 municípios. O sindicato de Campo Mourão controla 25 municípios.
As regionais de Astorga e Paranavaí também confirmam que as paralisações para caminhoneiros seguem nesta terça-feira (31). As filas, no entanto, não envolvem outros tipos de veículos e chegam no máximo a cinco quilômetros.
Reivindicações
A mobilização é uma reação a pontos da chamada Lei do Caminhoneiro em vigor desde junho deste ano que limitou a jornada de trabalho a 10 horas para os contratados e a 12 horas para os autônomos. Outra exigência são intervalos de 30 minutos a cada 4 horas trabalhadas e um repouso ininterrupto de 11 horas a cada 24 horas. Os caminhoneiros querem a suspensão da lei até que sejam construídos "pontos de paradas", onde os veículos possam permanecer em segurança.
"Esse tempo de rodar 4 horas e descansar meia-hora não é necessário em nada para nós. Isso só atrapalha o nosso trabalho", comentou o caminhoneiro José Antônio Santana à RPC TV Paranavaí.
A categoria também contesta pontos da Resolução 3658, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que acaba com a carta-frete e a informalidade na discriminação de custos da contratação de autônomos por parte das transportadoras. Os trabalhadores pedem a suspensão temporária da norma, até que o sistema eletrônico de pagamento seja estruturado.
Os caminhoneiros também reivindicam pontos que garantiriam mais segurança nas estradas. Dentro as solicitações, estão a criação do Fórum Nacional do Transporte, a suspensão imediata da fabricação dos bitrens (composições rodoviárias com nove eixos), aprovação do estatuto dos motoristas, e criação em todo o país de delegacias especializadas em combater roubos de cargas.
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