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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira que o aumento do salário mínimo em 2012 não preocupa. Segundo ele, "é coisa do passado" a mentalidade de que aumento do salário gera pressão inflacionária. "Aumento do salário mínimo é mercado, é consumo, é estímulo à produção e ao investimento", defendeu o ministro, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Mantega disse que se a economia estiver equilibrada, ela suporta o reajuste do salário mínimo. "É possível um reajuste de 13% a 14% em 2012, até porque este ano não teve aumento real. É preciso conciliar desenvolvimento social com desenvolvimento econômico", afirmou.

O ministro, no entanto, destacou que é preciso ter cuidado para manter o equilíbrio das contas da Previdência no longo prazo. "A Previdência é o maior gasto que o Estado tem", disse. Segundo ele, o déficit no INSS tem caído. Já foi de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) e caiu para 1,2% do PIB.

Câmbio

Mantega afirmou nesta terça que nenhuma medida para conter o câmbio está descartada, mas evitou comentar qualquer provável ação porque "o fator surpresa é muito importante nessa área". Segundo o ministro, "o mercado é muito criativo e não brinca em serviço" por isso, o enfrentamento do problema demanda estratégias diferenciadas por parte do governo.

O ministro também argumentou que o dólar estaria na sua cotação mais baixa, ou seja, a valorização do real não é apenas um fator interno. "Não é que o real se valorizou tanto. É que o dólar se desvalorizou muito. Em comparação ao euro, só valorizamos 14% nos últimos anos, o que é compatível com os fundamentos da economia", disse.

Indexação

O ministro da Fazenda alegou hoje que o Brasil carrega uma inflação básica de 3% só em razão da indexação da economia. Segundo ele, o problema ocorre, principalmente, em contratos de serviços indexados a índices que ele considerou inadequados.

"Gradualmente estamos mudando isso, mudando para indicadores que não têm relação também com a inflação internacional. Mas temos que refletir mais para que a inflação basal diminua no País", disse Mantega.

Restos a pagar

As obras e serviços inscritos em restos a pagar de anos anteriores foram cancelados porque são "uma despesa fictícia", na avaliação do ministro da Fazenda. Na semana passada, o governo editou um decreto cancelando os restos a pagar de 2007 e 2008, que foram empenhados, mas cujas obras ou serviços não foram iniciados até o dia 30 de abril deste ano, e concedeu dois meses a mais para que restos a pagar de 2009 comecem a ser pagos.

"O governo tem que fazer uma limpeza daquilo que foi empenhado, mas não andou. Não podemos ficar carregando essa massa de restos a pagar", disse Mantega. O ministro alegou que essa conta aumentou nos últimos anos porque também aumentou o volume de emendas parlamentares e outras iniciativas e projetos.

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