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Meirelles diz que melhora no risco mostra acerto da política de reservas

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, comemorou a melhora da classificação de risco do Brasil e ressaltou o "acerto da política de acumulação de reservas" que a autoridade monetária tem feito nos últimos meses. E aproveitou para, mais uma vez, rebater a crítica de alguns especialistas de que o custo para a manutenção das reservas - hoje em quase US$ 123 bilhões - é muito alto. Para ele, este custo é compensado com a melhora da percepção de risco do país e dos financiamentos. Só neste ano, as reservas cresceram cerca de US$ 37 bilhões, basicamente com fortes compras de dólares que o BC faz no mercado financeiro.

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Fitch coloca Brasil a uma nota do grau de investimento e governo comemora

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, espera que as demais agências de classificação de risco sigam a Fitch e elevem, em breve, a classificação da nota brasileira.

Ao comentar a melhora dos fundamentos econômicos do país, que estaria contribuindo para a melhora do rating, o ministro afirmou que "o céu é o limite" para as reservas internacionais brasileiras.

"Não há um limite para o aumento das reservas... por enquanto o céu é o limite", disse Mantega nesta quinta-feira. Ele acrescentou que a atuação do Banco Central está contribuindo para reduzir o risco e melhorar a capacidade de pagamento do país.

Mantega reconheceu que a melhora da classificação poderá estimular uma entrada adicional de dólares no país, o que contribuirá para manter o real valorizado, mas afirmou que o efeito é "inevitável".

"É o preço do sucesso. Esse tipo de problema que se coloca (maior fluxo de dólares) é inevitável porque se o Brasil é mais sólido, é melhor, você vai atrair a atenção dos investidores."

A Fitch elevou para "BB+" a nota do Brasil, deixando o país a um passo do grau de investimento. Pelos critérios da Moody's e da Standard & Poor's -outras avaliadoras de riscos soberanos-, o país ainda está a dois degraus do grupo de países considerados mais seguros para investimentos.

"Tenho certeza que as demais agências estão analisando com cuidado a evolução da economia brasileira e em breve deverão fazer modificações no rating, senão elas vão ficar para trás", afirmou o ministro.

Clareza

Para Mantega, o recente ajuste do cálculo do Produto Interno Bruto pelo IBGE e as reuniões realizadas por ele com as agências no mês passado contribuíram para a melhora na avaliação anunciada pela Fitch nesta quinta-feira.

"O trabalho de esclarecimento sempre ajuda porque mostra uma realidade mais clara que às vezes eles não conseguem verificar sem a nossa colaboração", argumentou.

Ele criticou o fato de a Fitch priorizar, em suas avaliação da condição fiscal do país, a dívida bruta ao invés de considerar a dívida líquida. "Não me parece adequado", afirmou, destacando que as reservas de 125 bilhões de dólares representam uma garantia de que o país pode saldar seus compromissos.

O ministro confirmou ainda que a oferta de bônus com vencimento em 2028 -anunciada pelo governo nesta quinta-feira- é de 750 milhões de reais e que o rendimento garantido aos investidores é inferior a 9 por cento.

"Nós estamos colocando agora um título de 20 anos em reais, 750 milhões, e a taxa de yield (retorno) que estamos pagando é abaixo de 9 por cento", disse.

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