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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira (10) que está na torcida para que não haja uma desaceleração da economia da China. Segundo ele, o comércio exterior é o caminho mais provável por onde pode haver contágio da crise internacional para o Brasil.

Como a China importa muita matéria-prima brasileira, um menor ritmo do gigante asiático, provocado pela queda nas compras de bens produzidos naquele país, pode reduzir o dinamismo da economia nacional.

"Até agora não fomos afetados no comércio exterior, que é por onde aconteceria o contágio", disse, lembrando que, "infelizmente", o Brasil exporta mais commodities do que produtos manufaturados. "O perigo é que, com a contração da economia mundial, que vai suceder essa crise, países emergentes dinâmicos, como a China, sejam afetados. Temos de torcer para que a economia chinesa não tenha uma desaceleração. Essa é a nossa preocupação, porque aí sim nos afeta. Nosso maior parceiro comercial hoje é a China", lembrou.

"O nosso temor é de que isso acabe comprometendo o comércio entre países emergentes, que se mantém em patamar elevado", acrescentou.

A avaliação do ministro foi feita após reunião de coordenação política no Palácio do Planalto. Segundo Mantega, o crédito internacional secou, mas não atingiu os países emergentes. O ministro destacou como positivo o fato de a primeira-ministra alemã, Ângela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, terem se comprometido com um programa de ajuda aos bancos e à Grécia, mas criticou o fato de os dois países sinalizarem com uma solução apenas para daqui a 20 dias.

"Os europeus sempre demoram para dar as soluções e quando elas vêm, já chegaram tarde e precisam tomar mais medidas para dar conta deste problema", afirmou o ministro, que deu ainda outra cutucada nos europeus, ao falar da política econômica brasileira: "O Brasil nunca está parado, quem está parado são eles".

Mantega salientou que é preciso evitar que o atual quadro de crise se "agudize", trazendo de volta turbulências tão fortes quanto às vividas em 2008, na quebra do banco americano Lehman Brothers. "É preciso evitar que bancos e países quebrem", advertiu o ministro.

Ele disse que o Brasil pode ajudar a Europa por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI). Mantega disse que, embora o mercado financeiro tenha se acalmado, o momento é de volatilidade, demandando cautela. "Não acreditamos que tenhamos superado a crise", afirmou, destacando que é necessário que se aprove o fundo europeu de estabilização.

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