As medidas cambiais adotadas desde o fim do ano passado serão avaliadas pela equipe econômica, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Durante apresentação inicial na reunião do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), Mantega lembrou hoje que o governo tem tomado várias medidas nesse campo e uma série de outras ainda serão discutidas com calma.
"Temos que rever as medidas que tomamos, as que andaram e as que não andaram", afirmou o ministro, que também citou iniciativas que ainda não entraram em funcionamento, como o Eximbank do BNDES e a Agência Brasileira de Garantias. "Então há uma série de medidas nessa área que depois discutiremos com calma", completou Mantega.
Mantega disse que "talvez" o principal desafio do GAC seja melhorar as contas externas brasileiras. Segundo ele, é preciso fazer com que as exportações cresçam mais que as importações, porque não é possível reduzir as importações. "Essa é uma tarefa fácil que o companheiro Pimentel (ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel) e sua equipe vão realizar rapidamente", afirmou.
O ministro ressaltou que a balança comercial de janeiro já veio com um "resultado razoável". "O importante é que deu saldo positivo, então está começando bem", observou.
Para Mantega, o desafio de melhorar as contas externas é importante porque o governo também não pode permitir que haja um aumento do déficit de transações correntes. Ele disse que ainda espera valorização das matérias-primas (commodities) em 2011, o que deve ajudar nas exportações. "Mas temos que reforçar aqui a questão das exportações de manufaturados e enfrentar a guerra comercial que está firme aí", acrescentou.
Produção industrial
O segundo grande desafio para 2011 do governo, após a melhora das contas externas, é estimular a produção industrial, conforme disse Mantega, na reunião do GAC. "É bem verdade que o setor manufatureiro sofre mundialmente, foi afetado pela crise e, mesmo assim, a produção industrial cresceu 10,4% em 2010, compensando a queda de 2009", citou.
Mantega disse em seguida que era preciso empenho para fortalecer o setor manufatureiro. "Temos aqui vários desafios para aumentar a produtividade, é fundamental que continuemos a tomar medidas importantes", afirmou.
Outro desafio para este ano, segundo o ministro, é a qualificação da mão de obra. "Acho que um dos gargalos que podemos ter para a continuação do crescimento do País é a escassez de mão de obra com a qualificação adequada." Por isso, ele disse ser necessário implantar no Brasil um grande programa de qualificação. "Isso é prioritário porque vai introduzir cidadãos que hoje estão fora do mercado de trabalho", justificou.
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