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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem em São Paulo, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que o governo não vai socorrer empresas que fizeram operações com derivativos cambiais. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse na última sexta que a instituição pretende ajudar empresas exportadoras que tiveram perdas com derivativos cambiais. Sem dar muitos detalhes, Coutinho explicou que o processo está em discussão e seria feito em conjunto com outros bancos.

"O governo não vai salvar nenhuma empresa porque são assuntos privados. As empresas que ousaram no mercado financeiro e no mercado futuro têm de pagar o preço de sua ousadia, e não será o governo que vai cobrir isso", afirmou Mantega.

Ontem, Coutinho voltou atrás. "Quero deixar bem claro que o BNDES não está fazendo operações de socorro. O BNDES não é hospital", afirmou. "Quando afirmei na sexta que o BNDES atuaria para apoiar as empresas que estavam perdendo com operações com derivativos eu deixei muito claro que as empresas que tiverem prejuízo terão de arcar com eles."

Mantega disse ainda não acreditar que estas perdas com derivativos cambiais sejam muito grandes. "É um valor que pode ser absorvido pela economia brasileira com facilidade."

As operações mencionadas são escoradas em papéis classificados como derivativos cambiais, em contratos com vencimentos futuros. Apesar de o vencimento ocorrer de um a dois anos, em média, o preço do dólar do contrato é fixado no momento da assinatura. Assim, se o dólar cai, os bancos cobrem o prejuízo e as empresas lucram, mas se a cotação sobe, ganham os bancos. Por enquanto, Sadia, Aracruz e VCP anunciaram perdas na casa dos R$ 5 bilhões com as chamadas operações de "hedge" (proteção) cambial.

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