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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira que não foi feita nenhuma proposta concreta, com números, pelo Brasil e por outros países emergentes para fortalecer o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo ele, o assunto chegou a ser discutido entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), mas dependia de os europeus cumprirem suas tarefas.

As declarações de Mantega são uma resposta às notícias de que o governo brasileiro teria oferecido US$ 10 bilhões para aumentar os recursos do FMI e ajudar na crise financeira da Europa.

Mantega disse ainda que o entendimento é o de que o fundo de estabilização europeu e o Banco Central Europeu (BCE) precisam atuar mais. O ministro afirmou que, como a Europa não conseguiu resolver o problema da Grécia, não houve proposta concreta para reforçar o FMI. "Não quer dizer que isso não possa acontecer no futuro", afirmou o ministro.

Ele informou que os recursos não seriam apenas para os países europeus, mas para todos os países que precisem de dinheiro em caso de crise. Mantega destacou que já está havendo uma saída de capital dos países emergentes, o que poderia levar essas economias a precisarem de recursos. Ele disse que nenhum país chegou a definir cifras para reforçar o FMI.

Mantega disse, ainda, que a crise na Europa "piorou um pouquinho e já está havendo saída de capitais de países emergentes que não têm reservas internacionais fortes". "Não é do Brasil", afirmou Mantega, em rápida entrevista ao chegar ao Ministério da Fazenda.

O ministro disse que a crise europeia não está sendo resolvida satisfatoriamente. Ele lembrou que a Europa nem resolveu o problema da Grécia e terá de enfrentar agora a crise na Itália, que pode ser um problema maior, embora, ele tenha destacado que a Itália é um país mais sólido.

Mantega lembrou também que a situação não é boa porque o mercado trabalha com expectativas, na base da confiança, e a Europa está resolvendo tardiamente a situação. "Os europeus estão deixando a crise degringolar", disse. O ministro completou dizendo que não só o Brasil, mas outros países pressionaram os europeus durante a reunião do G-20, na semana passada.

Mantega reconheceu que a Europa tem os seus problemas políticos para serem resolvidos, mas foi enfático ao lembrar que a crise já está afetando os emergentes. Segundo ele, a saída de capitais afeta o câmbio, mas o ministro não quis avaliar a situação específica do real.

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