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São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que se os diretores do Federal Reserve (Fed, banco central americano) tiverem sensibilidade reduzirão a taxa básica de juros nos Estados Unidos, atualmente em 5,25%. A próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc, sigla em inglês) está agendada para 18 de setembro, mas o ministro afirmou que essa decisão pode ser tomada "a qualquer momento", até mesmo em uma reunião extraordinária.

Mantega elogiou a decisão do Fed, de reduzir a taxa de desconto americana em 0,50 ponto porcentual para 5,75%. Essa é a taxa que o Fed cobra dos bancos em empréstimos. Para receber o dinheiro, as instituições devem oferecer garantias ao BC americano, como bônus do governo ou outros títulos de mercado considerados seguros. A taxa básica de juros, que está em 5,25% ao ano, não foi alterada. Ela serve de referência para os empréstimos entre bancos e baliza o custo do crédito nos Estados Unidos. Segundo analistas, a redução da taxa de redesconto revela que o BC americano está pronto para socorrer o mercado caso a situação fique ainda pior.

Ao mesmo tempo em que palpitou sobre o juro americano, Mantega evitou fazer prognóstico sobre a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) com relação à taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 5 de setembro. Atualmente, a Selic está em 11,5%. "Quem decide a Selic é o Copom, e com autonomia. Isso não é papel do ministro da Fazenda", desconversou.

Mais cedo, ela havia dito que não caberia ao BC se preocupar com a turbulência internacional e o câmbio. "O BC tem que olhar a inflação, e se a inflação continua estável há espaço para reduzir taxas", declarou.

O ministro acredita que a Bolsa paulista poderá voltar aos 58 mil pontos, patamar em que se encontrava antes do início da atual turbulência, porque as companhias brasileiras listadas na Bolsa estão muito sólidas.

Mantega disse também que apesar de o dólar ter chegado na quinta-feira a R$ 2,12 isso não deve preocupar investidores, setor produtivo nem o governo. "Antigamente, ninguém considerava dólar a R$ 2,12 alto. Só dólar a R$ 2,80 é considerado alto", argumentou. "Além disso, esse dólar a R$ 2,12 durou apenas 24 horas." Ele afirmou ainda que o dólar um pouco mais elevado estimula o setor manufatureiro e é "exagero" dizer que já pressiona a inflação.

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