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O contrato de manutenção rescindido pela Appa com a Bandeirantes era de R$ 28 milhões por 60 meses. A empresa diz ter dragado 8 milhões de metros cúbicos. Isso resulta num custo de R$ 3,50 por metro cúbico ou R$ 479 mil por mês. Embora tenha sido estabelecido por período, e não por volume dragado, o contrato estimava que a Bandeirantes dragaria entre 5 e 15 milhões de metros cúbicos. Já o contrato emergencial firmado neste ano entre o Porto e a empresa Somar Transportes Marítimos Ltda. para a dragagem do Canal da Galheta era de R$ 15,6 milhões para dragar 2,8 milhões de metros cúbicos durante dois meses. O que significa um custo de R$ 5,57 por metro cúbico ou R$ 7,8 milhões por mês. Na comparação, o preço cobrado por metro cúbico no contrato emergencial é R$ 2,07 mais caro do que o do contrato de manutenção. A diferença é bem maior se se comparar o período de contratação. Nesse caso, o contrato emergencial chega a ser 16 vezes mais caro do que o de manutenção.

A administração portuária não quis comentar a diferença entre os valores. Mas foi na briga por preço que esbarraram as tentativas de dragagem desde o início das divergências com a Bandeirantes. Em março deste ano, a administração abriu uma licitação para dragagem do porto por até R$ 35 milhões. O valor foi considerado abaixo do praticado no mercado pelas empresas, e apenas a Somar apresentou preço de R$ 66 milhões para o serviço, o que inviabilizou a licitação. Uma fonte do setor informou que o preço por volume dragado que deveria ter sido pago pelo Porto à Bandeirantes é baixo porque o volume de material a ser dragado expresso na licitação foi subestimado. "Os outros portos no Brasil pagam mais por metro cúbico. Outra desconfiança que se tem é que Paranaguá nunca teve a profundidade mínima", diz a fonte.

Seja como for, os portos do Paraná estão há mais de um ano – desde julho de 2005 – sem dragagem. A última tentativa, com a draga holandesa Lelystad, trazida pela Somar, acabou frustrada por mais uma disputa judicial, desta vez com a Capitania dos Portos do Paraná, que não autorizou o serviço por exigências ambientais. (ML)

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