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O empresário Frederico Busato Júnior, da Imcopa, conseguiu casar uma estratégia de negócio – já que o setor alimentício estava nos planos de expansão da empresa – com o desejo de manter nas prateleiras uma marca tradicional parananense. "Decidimos entrar neste mercado para ampliar nossa participação no setor alimentício", diz. Depois de assistir ao desaparecimento de grandes empresas locais como Hermes Macedo, Prosdócimo e Móveis Cimo, Busato se sentiu motivado a evitar o fechamento de mais uma marca paranaense.

Do ponto de vista dos negócios a mesma estratégia foi usada pelo novo dono da Drogamed. Após comprar a rede de fármacias, em março deste ano, o peruano naturalizado brasileiro Hugo Rodríguez anunciou a volta da marca Minerva. Arraigada na memória dos parananenses, a rede Minerva foi extinta logo depois de ser comprada pela própria Drogamed, no fim da década de 90. Hoje, Rodríguez vê no apego emocional às marcas antigas uma grande oportunidade. Seu objetivo é reerguer a Drogamed – que atravessa uma crise desde 2000. Nos próximos meses, cinco lojas da Drogamed em Curitiba devem trocar de bandeira e passarão a apresentar características da extinta Minerva. Mais tarde, a mudança deve atingir algumas lojas do interior do estado.

Para o publicitário e consultor Ernani Buchmann, a retomada de antigas marcas é interessante tanto para o empresário quanto para o consumidor. "Uma marca, estando em uso ou não, tem um valor difícil de ser mensurado e é isto que os empresários buscam, este valor da marca. Por outro lado, quando o consumidor começa a perder o contato com algumas marcas, ele perde referências, e isso mexe com a vida das pessoas." Assim como milhares de curitibanos, Buchmann teve uma relação próxima com a Todeschini. "Eu morava ao lado da fábrica, que tinha uma lojinha onde eu comprava balas. A relação da família dos empreendedores com a cidade é muito forte e acaba sendo até mais forte do que a propagada", conclui.

A procura por extintas marcas parananeses também é grande em antiquários. Segundo José Antônio da Silva, proprietário do Mercado das Pulgas, muitos clientes exigem a etiqueta ou o certificado de procedência das peças. "Móveis Cimo, Gelman, Paciornik e pianos Essenfelder são os mais procurados", diz. O preço, no entanto, é o mesmo de peças semelhantes em qualidade. Um móvel da Cimo, que tem acoplada uma vitrola, sai por R$ 280. Já o preço de um piano Essenfelder varia de R$ 2 mil a R$ 6 mil, de acordo com o estado de conservação. (ML)

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