A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (11), em Bruxelas, na Bélgica, que o Brasil “não pode conviver com a inflação alta” e que o governo já está tomando todas as medidas para estabilizar os preços. A declaração veio um dia depois de o IBGE anunciar que a inflação de maio subiu para 0,74%, com o acumulado em 12 meses alcançando 8,47%.
Para a presidente, que participou da reunião de cúpula entre a União Europeia e Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), a inflação brasileira não é estrutural, mas conjuntural, e se deve a fatores como a seca e aos efeitos da crise internacional. Indagada se essa crise não era apenas uma “marolinha” para o Brasil – como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em 2008 –, Dilma disse que era, mas que virou “uma onda”.
“Naquele momento, foi sim, senhor. Mas depois a marola se acumula e vira uma onda”, justificou. “Sabe por que ela vira onda? Porque o mar não serenou.”
Dilma também citou como fatores que influenciam na alta da inflação a “variação” dos juros americanos e o ajuste cambial, que resultou na desvalorização do real. Entre 2012 e 2015, argumentou, o dólar passou de R$ 1,60 a R$ 3,17, o que provoca “oscilações”. “A inflação deste ano é atípica. Ela é fruto de várias correções.”
A presidente não colocou o ajuste fiscal realizado pelo Ministério da Fazenda entre as razões do aumento dos preços. “Nós fizemos de tudo: reduzimos impostos, ampliamos créditos, subsidiamos taxa de crédito. Agora esgotou nossa capacidade fiscal e temos de recompô-la e continuar”, argumentou.
A respeito do tema, Dilma afirmou que “o Brasil está tomando todas as medidas para se fortalecer macroeconomicamente”.
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