O empresário Mauro Nomura, 43, fundador do Grupo Nomura que conta com 26 lojas de roupa e calçados.| Foto: Divulgação.

Ao relembrar sua carreira, o empresário Mauro Nomura, 43, fundador do Grupo Nomura, percebe que durante muitos anos foi um explorador sem bússola. “Quando a gente não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve. Enquanto isso [a empresa] é uma Ferrari desgovernada”, afirmou em palestra em Balneário Camboriú, no começo deste mês, para empresários de franchising.

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Os erros não impediram que ele construísse um pequeno império no varejo de roupas e calçados. O grupo, criado em 1998 em Florianópolis, conta hoje com 26 lojas das marcas Adidas, Arezzo, Schutz e Saltô, em três estados – Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro -, tem 550 funcionários e esse ano espera faturar R$ 170 milhões.

“O ponto de ruptura foi quando fomos convidados para comprar lojas próprias em São Paulo e Rio. Hoje somos dealer [revendedor autorizado] da Adidas oficial nessas duas praças”, explica em entrevista à Gazeta do Povo. São 18 lojas da marca esportiva responsáveis por 80% do faturamento do grupo. Mais três vão inaugurar em novembro.

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Antes de o negócio se consolidar, o empresário demorou para encontrar seu caminho. Ainda nos anos 1990, abriu uma loja de revistas e revelação de fotos. No final da década virou franqueado da Arezzo: “Eu não tinha ideia nenhuma do que era vender sapato para mulher”, revela.

Falta de estratégia

A loja deu certo e empresário tentou expandir em vários setores: investiu em cosméticos, teve restaurante japonês e comercializou tinta para a construção civil. “Minha trajetória é uma constância de coisas diferentes, completamente sem foco, sem estratégia e sem objetivo”, revelou na mesma palestra.

O investimento no setor das tintas foi seu maior erro. “Perdi três a quatro vezes mais dinheiro do que um analista financeiro aceitaria, justamente para acreditar na minha capacidade de execução, de querer fazer o negócio virar”, admite. A sangria financeira lhe rendeu um aprendizado. “O que faria de diferente? Foco, objetivo” afirma. “Você não precisa nem ser tão bom, se focar numa coisa só”, explica.

Apesar dos tropeços, o core business garantiu um crescimento do grupo constante até 2017. Mas quando Nomura assumiu as lojas da Adidas em São Paulo e Rio, o faturamento decolou: passou de R$ 78 milhões para R$ 170 milhões em apenas dois anos. “Peguei uma onda certa”, admite. “Ninguém alcança um resultado bom sem 'timing'”, avalia, assegurando que o sucesso depende de uma alquimia entre trabalho, competência e uma pitada de sorte.

Para 2020, Nomura tem plano de abrir mais sete lojas e chegar a R$ 205 milhões de faturamento. Para 2021 ele cogita vender parte da sociedade para um fundo de investimento e comprar alguma rede no setor do varejo. Sapatos para empreender a caminhada não faltam.

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