O pacote de 750 bilhões de euros da União Europeia para combater a crise deve ter se tornado tão pouco atrativo que nenhum país vai se valer dele voluntariamente, afirmou neste sábado (15) o comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Olli Rehn.
O pacote derrubou o rendimento dos títulos europeus de recordes históricos, mas os investidores estão céticos quanto ao acordo, porque os cortes nos gastos podem prejudicar o crescimento econômico e não resolvem os problemas de dívida dos países da zona do euro.
Rehn afirmou ser importante que o mercado visse o acordo como um sinal de que a UE defenderia a zona do euro, e o bloco precisa estar preparado para um cenário ainda pior.
"Claro que há a questão do risco moral", disse Rehn no encontro anual do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento. "Esse mecanismo deve ter se tornado tão pouco atrativo que nenhum líder de qualquer país (da UE) está voluntariamente tentado a recorrer a esse sistema. Apenas pergunte (ao primeiro-ministro grego) George Papandreou se ele está voluntariamente disposto a recorrer a esse tipo de sistema nesses termos."
Rehn ressaltou que os estados da União Europeia com alguma sobra em suas contas fiscais não devem acelerar a consolidação dos déficits do setor público, para evitar que o bloco entre em contração.
Rehn disse ainda que novas medidas para reforçar a estabilidade na zona do euro devem ir além da vigilância orçamentária e se concentrar na situação macroeconômica dos países da zona do euro.
Ele também falou que a Europa precisa de uma estratégia de medidas anticrise que levem em consideração as diferentes circunstâncias dos Estados, e mais estratégias estarão na agenda para o encontro do G20, em junho.
Ele também opinou que o julgamento da Comissão Europeia de que a Estônia está pronta para entrar na zona do euro no próximo ano mostrou que o bloco abrirá as portas para países que atendam suas exigências.
- Lula diz que crise voltou mais forte na Europa e quer ação do G20
- Déficits dos países podem pesar sobre crescimento
- Desemprego sobe para 12,1% em fevereiro na Grécia
-
“PL da soberania nacional”: deputados querem limitar investimentos estrangeiros em ONGs no Brasil
-
Quatro semelhanças da censura do STF com a da ditadura militar
-
Gustavo Franco: “Banco Central está fazendo tudo direitinho e espero que continue”
-
Dragagem de rio é insuficiente para evitar enchentes no Vale do Itajaí, alerta especialista
Gustavo Franco: “Banco Central está fazendo tudo direitinho e espero que continue”
Brasil prepara contra-ataque às imposições ambientais unilaterais da Europa
Maior parte dos recursos anunciados por Dilma ao RS foi negociada no governo Bolsonaro
Corpus Christi é feriado apenas em algumas cidades; veja a lista