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O Banco Central anunciou na noite de sexta-feira (8) uma mudança que visa reduzir as apostas dos bancos na valorização do real no mercado à vista, chamada de posição vendida em câmbio. Pela nova regra, os bancos não poderão ter posições vendidas em dólar superiores a US$ 1 bilhão ou o tamanho do patrimônio da instituição (se este for menor).

Em janeiro, o BC havia limitado essa exposição em US$ 3 bilhões ou o patrimônio, visando reduzir essas apostas. Caso excedam os limites, os bancos têm que recolher ao BC, sob a forma de depósito compulsório, 60% do valor dessa exposição. A medida, nas contas da autoridade monetária, pode reduzir em cerca de US$ 5 bilhões a atual posição vendida dos bancos, que fechou julho em US$ 14,7 bilhões.

Dessa forma, a aposta do conjunto das instituições na alta do real voltaria para perto dos US$ 10 bilhões, considerado nível ideal pelo BC. A medida também pode ter, segundo técnicos do BC, algum efeito no mercado de futuros. É que os bancos podem, por conta da limitação no mercado à vista, serem levados a reduzir sua atuação no mercado futuro, como contraparte para os estrangeiros que apostam na valorização do real.

O governo, como antecipou a Agência Estado na quinta-feira, está preocupado com o crescimento das apostas de estrangeiros na alta do real e queria dificultar essas operações. Além da redução do limite para os bancos ficarem vendidos, o BC alterou a metodologia de apuração dessa exposição, que antes era diária e agora será com base na média de cinco dias. Segundo o BC, o objetivo da ação é prudencial, ou seja, busca impedir que os bancos fiquem excessivamente expostos ao câmbio, o que, em caso de virada brusca da tendência da moeda nacional ante o dólar, poderia causar problemas e instabilidade no sistema financeiro.

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