O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou na manhã deste sábado (28) que o Brasil está se tornando uma "potência mundial" exportadora de commodities e que deve se preocupar em desenvolver um modelo econômico que concilie esse perfil com a capacidade de continuar produzindo manufaturas. Aos executivos e jornalistas presentes ao Fórum de Líderes Empresariais, presidido pelo ex-ministro Ozires Silva, Meirelles alertou mais uma vez para o risco da euforia dos mercados diante de uma crise global que ainda não acabou. Ele citou o caso de Dubai como emblemático:
"Um ensaio que nós não vimos ainda as consequências é essa questão de Dubai. É o que nós temos alertado: existem problemas à frente. A recuperação da economia mundial ainda está sujeita a muitas incertezas. O sistema financeiro mundial não absorveu todas as perdas que possivelmente terá no decorrer do processo. As bolsas e os mercados em geral reagiram mal no início e, no final de ontem, países como o Brasil reagiram bem. Mas vamos aguardar como será, na segunda-feira o mercado americano, porque sexta-feira foi um dia de muito pouco movimento nos Estados Unidos em razão do feriado de Ação de Graças da quinta-feira. De toda maneira, foi um alerta: vamos evitar excesso de exuberância. Todos os governos estão fazendo seus alertas", frisou.
Para Meirelles, no entanto, o Brasil deve se preocupar com as questões de longo prazo, como o modelo de exportação, principalmente depois da descoberta do pré-sal e com os investimentos pesados que tem sido feitos na área de mineração.
"Este é um país que, ao mesmo tempo, tem uma manufatura forte, desde o baixo valor agregado até o altíssimo valor agregado, e que está, cada vez mais, se tornando uma potência mundial de produção de commodities, seja de commodities agrícolas, seja na área mineral, e de petróleo, com o pré-sal. Temos de pensar qual o modelo econômico adequado para o país", ponderou.
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