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Apesar do bom comportamento da inflação, o mercado financeiro manteve inalterada a sua aposta de um novo corte de 0,25 ponto percentual, para 12,50% ao ano, na taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central marcada para esta terça e quarta-feiras.

Atualmente, a taxa Selic está em 12,75% ao ano, o menor patamar da história. Mesmo assim, o juro real brasileiro (taxa oficial menos a inflação) ainda é o mais alto do mundo. O BC está reduzindo os juros desde setembro de 2005. Na reunião do Copom de janeiro deste ano, o BC diminuiu o ritmo de corte de 0,50 para 0,25 ponto percentual, o que suscitou críticas do sistema produtivo e de membros do governo federal.

Para o fim de 2007, a estimativa do mercado para a taxa de juros caiu de 11,50% para 11,25% ao ano na última semana. O mercado passou a projetar um corte de 0,25 pp em todas as reuniões do Copom até o fim deste ano, inclusive na de dezembro. Até o momento, apostava que a taxa não cairia no último mês deste ano. Porém, para o final de 2008, a projeção dos agentes de mercado para a taxa Selic foi mantida inalterada em 10,50% ao ano. Com o passar do tempo, o mercado espera que os juros sejam reduzidos com menor intensidade.

Os dados sobre as projeções do mercado são obtidos por meio de pesquisa realizada semanalmente pelo BC com cerca de cem instituições financeiras. Esses dados dão origem ao relatório de mercado, também conhecido como Focus, que é divulgado todas as segundas-feiras às 8h30.

Inflação

A estimativa do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2007, que mede a inflação oficial do país, voltou a cair. Recuou de 3,86% para 3,81% - o menor valor já projetado para este ano. Para os próximos doze meses, a projeção de inflação recuou de 3,66% para 3,64% e, para 2008, permaneceu estável em 4%.

O valor projetado pelo mercado financeiro para a inflação em 2007 e 2008 segue bem abaixo da meta central perseguida pelo BC, que é de 4,50% para estes dois anos, com intervalo de dois pontos percentuais para cima e para baixo. Com isso, a inflação poderia ficar entre 2,50% e 6,50%. O BC define os juros básicos da economia brasileira com base nessas metas. Além de 2007, portanto, a projeção do mercado para 2008 também está abaixo do centro da meta.

PIB

A revisão do Produto Interno Bruto (PIB) efetuada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com um avanço maior da economia nos últimos anos, continua tendo impacto nas estimativas do mercado financeiro.

Na última semana, o mercado elevou de 3,90% para 4% a sua estimativa de crescimento do PIB deste ano e, também, de 2008. Apesar do crescimento maior, ambas as estimativas estão abaixo do objetivo do governo federal, que é de crescer 4,50% neste ano e 5% em 2008.

Para a produção industrial, porém, a estimativa do mercado financeiro para 2007 subiu de 3,88% para 4% na última semana. Para o próximo ano, a projeção do mercado para o crescimento da produção industrial subiu de 4,35% para 4,50%.

Reflexo também da revisão do PIB, a estimativa do mercado para a dívida líquida do setor público, na sua proporção com o crescimento da economia, segue em queda. Para a relação dívida/PIB, a estimativa dos agentes recuou de 46,5% para 43,9% para o fim de 2007 e de 44% para 42% para o final do próximo ano.

Câmbio e balança comercial

Para a taxa de câmbio, o mercado financeiro continua projetando queda para o dólar. Para o fim de abril, a projeção recuou de R$ 2,05 para R$ 2,03 por dólar. Para o final do mês de maio, a estimativa caiu de R$ 2,07 para R$ 2,04 por dólar.

Para o fim deste ano, porém, a projeção do mercado financeiro para o dólar permaneceu estável em R$ 2,10 por dólar na semana passada. O mercado, porém, baixou ainda de R$ 2,17 para R$ 2,15 por dólar a sua projeção para o câmbio no fim de 2008.

Na última semana, a projeção de superávit da balança comercial em 2007 subiu de US$ 39,70 bilhões para US$ 40 bilhões. Esta é a primeira vez que o mercado estima um saldo comercial de US$ 40 bilhões para este ano. Para 2008, porém, a estimativa de superávit comercial permaneceu inalterada em US$ 36 bilhões.

No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a projeção do mercado tanto para 2007 permaneceu estável em US$ 18 bilhões. Para 2008, subiu de US$ 18 bilhões para US$ 18,70 bilhões. O BC elevou, recentemente, para US$ 20 bilhões a sua estimativa para os investimentos diretos neste ano.

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