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A decisão de manter os juros básicos em 8,75%, mesmo com as projeções de inflação no ano acima de 5%, não acalmou os ânimos do mercado, que viu um "adiamento" do remédio para abril. Com a diretoria do BC em desacordo, os economistas entenderam que a autoridade monetária não está confortável com os reajustes nos preços, mas deu um "voto de confiança" para a possibilidade de "enquadramento" das projeções de inflação nas próximas semanas.

Na visão do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, o BC ignorou as pressões dos grandes bancos, que defenderam publicamente aumento de 0,5 ponto ainda em março. E ainda postergou a decisão sobre o futuro da taxa Selic, segundo análise dos próximos indicadores de inflação e de demanda. "O resultado confirma a incerteza geral do mercado sobre o rumo dos juros e lança a expectativa para os próximos dados. Vamos ter 45 dias de mais ansiedade quanto às informações que virão. Todos concordam que a inflação corrente está dando um salto, dificilmente ficará abaixo de 5%."

"Eles [BC] mostraram que concordam com a alta de juros, mas não agora. É inevitável um aumento em abril. A decisão foi acertada porque a inflação em janeiro é contaminada por aumentos sazonais", disse Samy Dana, professor da FGV.

Para o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), o BC desprezou o efeito potencial que o aumento dos juros teria nas expectativas de inflação. "A demanda está aquecida e não há oferta de bens e produtos na mesma proporção. O BC certamente fará aumentos graduais nos próximos encontros", disse Walter Machado de Barros, presidente do conselho do Ibef.

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