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Os mais de meio milhão de trabalhadores que, em 2002, investiram parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) na compra de ações da Companhia Vale do Rio Doce e investidores do mercado de ações podem comemorar: segundo especialistas, bons ventos estão e devem continuar soprando para a empresa nos próximos meses. A transformação da Vale em segunda maior mineradora do mundo, com a aquisição da canadense de níquel Inco, na noite da última terça-feira, fez a cotação das ações ordinárias da empresa (que compõem o fundo de privatização) subirem 4,6% no dia da venda e 1,26% ontem. A previsão é de que as altas continuem ocorrendo.

"A compra da Inco consolida ainda mais a posição da Vale no mercado mundial de commodities minerais. Certamente quem tem ações da Vale pode comemorar essa notícia. No curto e no longo prazo, ter ações da empresa é um bom negócio", avalia o diretor de operações da Petra Corretora, Ricardo Binelli. A opinião é unanimidade entre os consultores de investimentos. "O cenário para a Vale é muito favorável. O crescimento mundial vem aumentando a exigência de minerais. Quem tem ações não deve vender e quem quer comprar pode negociar parte agora e o resto nas próximas semanas, para alcançar uma cotação média", sugere o diretor de Asset Management do Paraná Banco, André Paes.

A Vale adquiriu, em oferta pública na Bolsa de Toronto, 75,66% das ações da Inco – um investimento de US$ 13,2 bilhões (R$ 28,4 bilhões). Os demais acionistas da companhia têm até 3 de novembro para vender à Vale seus papéis ao preço oferecido (86 dólares canadenses ou cerca de R$ 165), o que pode elevar o valor da aquisição para US$ 17,5 bilhões, se a aceitação for de 100%. A possibilidade de endividamento da companhia, lembra Binelli, não está assustando o mercado. "As ações da Vale passaram por uma queda intensa entre agosto e setembro, com a expectativa da compra da Inco e do endividamento que ela geraria, mas os resultados de terça-feira já mostraram que o mercado está dando mais valor para a posição da Vale como segunda maior mineradora do mundo" diz ele.

Para o sócio-diretor da Go4! Consultoria de Negócios, Carlos Esteves, a reação do mercado em relação à aquisição da Inco demonstra o quanto a Vale é considerada uma empresa confiável. "Ela já demonstrou que é rentável, resistente, lucrativa e que tem crédito entre os bancos de investimento. Quem tem dinheiro na Vale tende a continuar lucrando", afirma.

Em 2002, perto de 585 mil trabalhadores aproveitaram a oportunidade de aplicar o FGTS no Fundo de Privatização da Vale do Rio Doce, quando a utilização do dinheiro foi liberada. A rentabilidade dos papéis vêm mostrando que a decisão foi acertada. Desde a fundação do fundo mantido pela Caixa Econômica Federal (o que teve maior número de adesões) até setembro deste ano, as ações renderam 440%. No mesmo período, o Ibovespa cresceu em torno de 180%. "Tanto quem comprou papéis da Vale como da Petrobrás fez um bom negócio. A Vale vem vendendo cada vez mais minerais e a Petrobrás, como lida com um recurso esgotável, trabalha com um mercado onde a oferta é bem menor que a procura, o que faz com que os preços tendam sempre a subir", avalia Esteves.

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