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O empresário Osvaldo Avelino da Silva manteve o contrato com duas credenciadoras: “vou testar serviços para ver com qual me adapto melhor” | Hedeson Alves/ Gazeta do Povo
O empresário Osvaldo Avelino da Silva manteve o contrato com duas credenciadoras: “vou testar serviços para ver com qual me adapto melhor”| Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo
  • Entenda como funciona

Mais de um mês após o fim da exclusividade no credenciamento de bandeiras de cartão de débito e crédito, empresas adquirentes e comércio varejista ainda tateiam à procura de melhores opções econômicas e novas formas de venda. As duas principais adquirentes, Cielo e Redecard, foram ao mercado em busca de parcerias com novas bandeiras para fortalecer sua representatividade no mercado. Os varejistas, porém, ainda estão reticentes sobre qual dos serviços contratar, e estão encontrando dificuldades em entender as particularidades de cada serviço.

Desde o dia 1.º de julho, as adquirentes estão proibidas de estabelecer exclusividade com bandeiras de cartão de crédito e débito. Por exemplo: a maquininha da Redecard, usada nas transações com cartões Mastercard, passou a aceitar também os cartões Visa. Com isso, os lojistas precisam manter apenas um terminal no balcão e um contrato com adquirente na gaveta.

Para não perder importância no mercado, as duas grandes adquirentes estão abrindo novos nichos de mercado e indo atrás de parcerias com bandeiras especializadas ou regionais. Até o fim deste ano, a estimativa é que os negócios de empresas de menor porte cresçam 16% em relação ao ano passado.

A Cielo fechou parceria com a bandeira Ticket, líder em serviços de vales refeição e alimentação, que passa a estar presente nas operações da adquirente original do Visa a partir de agosto. Também fechou contratos com as bandeiras regionais Sorocred (de So­­rocaba, no interior de São Paulo) e Aura (da financeira Cetelem). A Redecard, operadora original do Mastercard, abriu seus terminais para operações com a Coopercard, empresa maringaense focada em pagamento de salários, vales alimentação e crédito direto com a rede varejista.

Para as bandeiras regionais, firmar parcerias com as grandes adquirentes proporciona a ampliação imediata das áreas de atuação. Sem precisar espalhar seus próprios terminais na rede varejista, as bandeiras de menor porte conseguem multiplicar as possibilidades de uso para o consumidor. "Estamos presentes em mais de 300 cidades do Paraná, mas ainda nos falta o mercado de Curitiba. Agora que somos parceiros da Redecard, podemos prospectar também na capital", almeja Pedro Amaral da Silveira, diretor geral da Coopercard.

O empresário relata que, antes do fim da exclusividade, a expansão das atividades da empresa dependia da instalação das ma­­quininhas próprias nos pontos de venda, o que segurava o ritmo de crescimento. "É um trabalho penoso ter de espalhar terminais de venda na rede varejista. Cada máquina custa R$ 500, em média, sem contar o custo de manutenção. Para fechar contrato com o cliente precisamos isentá-lo de taxas por até seis meses, o que torna a expansão custosa", relata. Operando junto com a Redecard, a Coopercard espera acelerar o ritmo de crescimento dos atuais 35% para 50% ao ano.

Estimativa da Consultoria Boanerges e Cia aponta a existência de 77 bandeiras regionais no mercado, que devem faturar R$ 29 bilhões em 2010. No total, as transações com cartões de crédito e débito no Brasil movimentam R$ 444 bilhões ao ano, o equivalente a 25% do PIB do país.

Sistemas alternativos

As operações multibandeira também facilitam o desenvolvimento de tecnologias que facilitem a integração entre pagamentos eletrônicos e os caixas do varejista. A empresa curitibana Bematech, especializada em tecnologia para o varejo, lançou em julho um sistema alternativo às maquininhas que ficam em cima do balcão. O serviço Bematef Turbo é composto de um leitor de cartão e um software que permite realizar as vendas pela internet. O sistema pode ser integrado aos programas de venda das próprias lojas, e promete realizar todo o processo em menos tempo que o decorrido nas máquinas tradicionais.

Rodrigo Rasera, diretor de marketing da Bematech, explica que a empresa viu no fim da exclusividade o momento ideal para o lançamento do produto. "Nós poderíamos ter ofertado o serviço antes, mas a regulamentação nos criou uma boa oportunidade, ao dar mais poder de barganha para o varejista. Agora, usando apenas esse sistema é possível aceitar todas as principais bandeiras. É como um celular desbloqueado", argumenta.

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