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A criação de empregos nos Estados Unidos acelerou inesperadamente em outubro apesar da paralisação temporária do governo, sugerindo que o impasse orçamentário teve impacto mais limitado na economia do que se temia inicialmente.

Os empregadores abriram 204 mil novas vagas no mês passado, informou o Departamento de Trabalho nesta sexta-feira. Entretanto, a taxa de desemprego subiu para 7,3 por cento, ante a mínima em quase cinco anos em setembro de 7,2 por cento.

O departamento informou que não houve impacto "perceptível" proveniente da paralisação do governo federal por 16 dias, acrescentando que registrou taxa de participação de empregadores na pesquisa acima da média.

"Claramente o que ocorreu foi que as empresas viram a paralisação como um fenômeno temporário e que a economia ainda está crescendo e continuará crescendo no futuro", disse o economista sênior da Ameriprise Financial Services, Russel Price.

O relatório também mostrou a criação de 60 mil empregos a mais em setembro e em agosto do que divulgado anteriormente, sugerindo que a economia tinha impulso de alta antes da paralisação do mês passado.

Economistas consultados pela Reuters esperavam que fossem abertas 125 mil vagas de emprego em outubro, e que a taxa de desemprego subisse 0,1 ponto percentual, para 7,3 por cento.

O aumento melhor que o esperado nas vagas de emprego podem elevar as expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, irá reduzir seu programa de compra de títulos mais cedo do que economistas estavam esperando.

"Veremos o que acontece por trás das portas no Fed, mas certamente haverá pelo menos alguma reavaliação da possibilidade de redução (do estímulo) em dezembro ou janeiro", disse o diretor regional de investimento do Wells Fargo Private Bank, Cameron Hinds.

O aumento de vagas de trabalhos melhor que o esperado no mês passado fez o nível de emprego ficar acima da média de 190 mil vagas dos últimos 12 meses. Mas houve algumas notícias ruins, já que mais pessoas deixaram a força de trabalho, pressionando a taxa de participação para 62,8 por cento, menor nível desde março de 1978.

O departamento informou que a queda na taxa de participação não está relacionada à paralisação do governo, pois funcionários públicos em licença permaneceram na força de trabalho.

A pesquisa menor com famílias a partir da qual a taxa de desemprego é derivada mostrou queda de 720 mil vagas. O Departamento de Trabalho informou que a redução foi em parte por causa de funcionários públicos em licença não remunerada durante a paralisação do governo.

Apesar dos dados de empregos terem sido melhores que o esperado, isso não deve mudar as expectativas de crescimento econômico mais lento no quarto trimestre, dado que os gastos do consumidor se enfraqueceram e os estoques empresariais aumentaram no período de julho a setembro.

O setor privado foi responsável por todas as criações de empregos no mês passado, com 8 mil vagas sendo fechadas no setor público.

A indústria de turismo abriu 53 mil empregos, a maior quantidade desde abril, enquanto os serviços de profissionais e empresas criaram 44 mil vagas. Os postos do setor varejista aumentaram em 44,4 mil no mês passado.

Houve criação de 19 mil empregos na indústria, o maior nível desde fevereiro. Também houve abertura de empregos no setor de construção, com 11 mil novas vagas.

A semana de trabalho média ficou estável em 34,4 horas. Os ganhos por hora subiram dois centavos e acumulam aumento de 2,2 por cento nos últimos 12 meses.

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