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A Oi deve fazer uma oferta de compra da TIM após conseguir aprovação para venda de seus ativos portugueses, apesar do mercado ainda se mostrar cético sobre a real capacidade do grupo brasileiro de realizar a operação, quase cinco meses depois de ter anunciado a contratação do banco BTG Pactual para desenhar uma proposta pela rival.

O ceticismo do mercado vai além: no final das contas, todo esse movimento pode levar a uma proposta da TIM pela Oi. A empresa do grupo Telecom Italia tem um valor de mercado quase sete vezes maior que a Oi, que possui uma oferta de serviços e dimensão geográfica mais ampla que a rival.

A venda dos ativos da Portugal Telecom abre caminho para que a oferta de compra da TIM pela Oi, juntamente com a Claro e a Vivo, ocorra "no curto prazo", dependendo apenas de aprovações regulatórias da compra da GVT pela Telefónica, controladora da Vivo, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto.

Caso a oferta da Oi pela TIM seja efetivamente realizada, o valor ficará entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões, sendo que a Oi deverá arcar com uma fatia maior da proposta, uma vez que tem menor participação no mercado de celular na comparação com Vivo e Claro, segundo analistas.

Para o estrategista da XP Investimentos Célson Plácido mesmo com os cerca de R$ 22 bilhões advindos da venda dos ativos portugueses, a Oi não tem condições de entrar em uma oferta pela TIM, devido à sua alta dívida líquida, que encerrou o terceiro trimestre em cerca de R$ 48 bilhões. "A empresa não tem caixa e não consegue comprar ninguém com esse grau de alavancagem", disse. "Faria mais sentido ser comprada."

O analista ressaltou que mesmo o aumento da geração de caixa que viria com uma eventual absorção de parte da TIM não seria suficiente para resolver a situação da dívida da Oi. E lembrou que caso a Oi tivesse que arcar com ao menos 60% da oferta pela TIM, esse valor seria de ao menos R$ 18 bilhões, continuando altamente endividada.

O estrategista apontou como único caminho a emissão de ações, o que significaria uma maior penalização dos papéis da empresa, que já acumulam queda de mais de 20% no ano.

"Estamos abertos"

Ontem, o presidente da Oi, Bayard Gontijo, disse que a empresa está aberta a todas as opções para uma eventual consolidação no mercado brasileiro de telecomunicações, inclusive uma fusão com a TIM Participações, desde que gere valor aos acionistas da Oi.

Segundo Gontijo, o montante a ser recebido pela venda dos ativos portugueses permite que a Oi tenha condições financeiras de participar de uma consolidação do mercado, sem ter de recorrer a emissões de dívida ou ações no mercado.

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