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Brasília - As expectativas do mercado financeiro para a inflação tiveram uma rodada de deterioração generalizada, segundo a pesquisa semanal Focus, do Banco Central. Para 2011, a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 5,88% para 6%, enquanto para 2012 passou de 4,80% para 4,91%. Ao mesmo tempo, a pesquisa mostrou que os economistas de mercado incorporaram expectativa de alta menos intensa na taxa básica de juros (Selic), que deverá fechar este ano em 12,25% ao ano – ante 12,50% até semana passada.

Entre as cinco instituições que mais acertam as previsões (Top 5) de médio prazo, a expectativa para o IPCA 2011 subiu de 6,31% para 6,42%, encostando no teto da banda de tolerância (que é 6,5%); para 2012, a previsão subiu de 5,10% para 5,18%, distanciando-se mais do centro da meta, que é de 4,5%.

A piora generalizada das expectativas de inflação mostrada na pesquisa Focus já estava "precificada" pelo BC e não provocou preocupação extra para a autoridade monetária. A avaliação interna é de que as expectativas ainda refletem um rescaldo dos fortes choques que impactaram a inflação no primeiro trimestre do ano.

Na visão do BC, o processo de piora das expectativas está próximo do fim. Mesmo assim, índices acumulados em 12 meses e projeções salgadas para o IPCA ainda continuarão sendo a tônica nos próximos meses. De qualquer forma, o discurso segue de confiança de que, a partir do próximo trimestre, especialmente a partir de maio, o quadro já será outro, com a inflação mensal (anualizada) rodando já perto do centro da meta, que é de 4,5%.

O próprio mercado, segundo a Focus, espera uma melhora no quadro inflacionário. A inflação mensal deve ter uma média de 0,41% de abril de 2011 até agosto de 2012. Apesar da melhora esperada, a média mensal de 0,41% coloca a inflação prevista pelo mercado em torno de 5%, em termos anualizados.

Para a economista da Rosenberg Associados Ariadne Vitoriano, a piora das expectativas do mercado se deve à combinação de um discurso mais brando e alta menor de juros por parte do BC, além de outras notícias que levam à expectativa de maior pressão sobre a inflação, como o aumento no imposto sobre bebidas e reajustes adicionais nos remédios.

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