Nem mesmo os vendedores sabem dizer ao certo quando foi que o sushi começou a agradar não só os orientais e seus descendentes, mas também o brasileiro. Mas o fato é que o produto caiu no gosto do curitibano. Pelos números oferecidos pelos próprios fornecedores, o Municipal é abastecido semanalmente com cerca de 700 bandejas ou canudos de sushi, outras 600 de bentô e quantidade semelhante de manju. Grande parte é entregue nas madrugadas de sábado e domingo, e vendida ainda de manhã, quando o Municipal vira um formigueiro humano.
"As pessoas compram bastante, mas o ganho não é muito através do sushi. Elas vêm e acabam conhecendo a loja e comprando outra coisa", conta Rosa Honjo, proprietária da Bonsai, há 12 anos no Municipal.
A loja Momiji, há menos de um ano no mercadão, também tem produtos de, basicamente, cinco fornecedores: Abe, Noritian, Oba, Michi e Tomodachi. A proprietária, Olga Hieda, acredita que a comida japonesa já é apreciada mais por brasileiros que por japoneses. "Tem sempre um parente de japonês que não é japonês, mas que gosta muito. E tem pessoas que foram trabalhar no Japão e voltaram, e apreciam mais." Ela conta que recebe muitos clientes de Santa Catarina interessados nos doces como o manju (de feijão azuki) e moti (de arroz). "Lá não se acha esses doces."
"O pessoal entrega há muito tempo, e sai bastante porque é prático e também é barato em relação a outros pratos japoneses", diz Osvaldo Takeshi Fujii, proprietário do restaurante Fujii. Ele conta que o hábito de levar o sushi para casa já chegou no restaurante. "Tem gente que não come aqui. Só encomenda e vem buscar."
A comida japonesa também é bastante procurada por pescadores. As irmãs Júlia e Emília Abe estão acostumadas a receber, em casa, ainda de madrugada, a visita de grupos que passarão o dia à beira de um rio nas proximidades de Curitiba. "O pessoal passa aqui para buscar bentô para ir pescar", conta Júlia. "É prático, não precisa esquentar e por isso agrada", completa Osvaldo Fujii.
(FL)
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