O mercado financeiro prossegue na tendência de rever para baixo as projeções de crescimento de 2011. Segundo o último boletim das projeções médias coletadas pelo Banco Central (BC) junto a bancos e consultorias, a economia deve crescer 3,79% este ano. O que se vê nos departamentos econômicos, no entanto, são sucessivas revisões, que ainda podem trazer aquela projeção para baixo.

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Os resultados do PIB do segundo semestre divulgados ontem, que vieram em linha com as previsões do mercado, não devem ter impacto maior nas projeções para o ano. O problema, porém, é que o terceiro trimestre está se desenhando pior do que se acreditava anteriormente, para alguns analistas.

A corretora Convenção, por exemplo, que via um crescimento linear na faixa de 0,75% (ante o trimestre anterior, em bases dessazonalizadas) para o segundo, terceiro e quarto trimestres, já ressalva, em relatório, que "este terceiro trimestre, entretanto, não entregará essa taxa, afetado por uma exacerbação de incertezas e estoques elevados".

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Supondo que não haja ruptura externa e que os estoques sejam "digeridos", a Convenção acredita numa retomada no quarto trimestre. Ainda assim, está revendo o crescimento do PIB no ano de 3,7% para 3,3%.

No caso da consultoria LCA, o indicador de atividade econômica (estimativa econométrica em tempo real do IBC-Br, o sinalizador mensal do PIB do Banco Central) está sugerindo que o terceiro trimestre pode ter crescimento próximo a zero, na comparação dessazonalizada com o trimestre anterior.

Em relatório, a LCA chama atenção para o fato de que a pesquisa de confiança e intenções empresariais do HSBC/Markit Economics indica, inclusive, a possibilidade de queda do PIB no terceiro trimestre. Assim, a LCA está revendo para baixo a sua projeção de crescimento de 3,4% em 2011.

Já o Itaú-Unibanco espera que a demanda se desaqueça ainda mais neste segundo semestre. Em relatório, o banco nota que os dados iniciais de consumo, incluindo vendas de veículos, apontam para o esfriamento, assim com os primeiros sinais de crescimento mais lento do emprego. Mas o Itaú-Unibanco está mantendo a sua projeção de crescimento de 3,6% este ano.