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Pesquisa do Banco Central divulgada nesta quinta-feira (23) mostra que analistas do mercado financeiro acreditam que a taxa de juro neutra do país - que não produz pressão inflacionária - está em 5,50% pela mediana das consultas. No levantamento anterior, feito em novembro de 2010, os especialistas viam essa taxa em 6,75%. Para 49% dos pesquisados, a taxa de juros real de equilíbrio ainda continuará caindo nos próximos dois anos. A pesquisa, cujo levantamento começou no início de fevereiro, foi realizada com agentes do mercado que participam do relatório Focus da autoridade monetária. O BC buscou, na visão dos agentes, mostrar com a pesquisa que a política monetária está mais potente e que os juros não precisam ficar mais em níveis elevados. Ou seja, quer mostrar que a taxa de juros pode ficar em um dígito e que o desemprego baixo não gera inflação. Hoje, a Selic está em 10,50% ao ano. A pesquisa foi realizada numa tentativa de reduzir assimetrias de informações, para aperfeiçoar o instrumento de divulgação das projeções de variáveis econômicas, segundo o próprio BC. Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada no final do mês passado, o BC deixou explícito ser elevada a probabilidade de que a taxa básica de juros do país fique em um dígito. Ao mesmo tempo, informou que o juro neutro havia diminuído. Na ocasião, o Copom reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual, quarto corte seguido dessa magnitude desde agosto passado. Emprego O BC fez três perguntas para os agentes do mercado financeiro que participam da atual pesquisa. Além da perspectiva para o juro real neutro, também questionou sobre a taxa natural de desemprego e os efeitos da nova Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) sobre as expectativas de inflação. Os participantes da pesquisa responderam, na mediana, que a taxa de desemprego neutra é de 6,50%. Sobre o efeito da POF no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os agentes do mercado financeiro responderam que a projeção de 2012 diminuiu e manteve-se estável para 2013. Todos os dados considerando a mediana das respostas. A pesquisa divulgada nesta segunda-feira acaba por influenciar a visão do mercado sobre a taxa de juros neutra e acalmar visões mais pessimistas sobre a meta de inflação. "É uma tentativa de se criar um parâmetro de referência, como daquela vez", chegou a dizer uma fonte que participou da pesquisa, referindo-se a outro levantamento feito pela autoridade monetária. No início de 2011, logo depois de o governo apresentar as medidas macroprudenciais para moderar a oferta de crédito e desacelerar a economia, o BC questionou os agentes de mercado sobre quantos pontos percentuais de Selic representaria o aumento dos compulsórios. Aquele levantamento, cuja reposta foi uma alta de 0,75 ponto percentual na Selic naquele momento, foi visto como uma maneira de o BC tornar evidente que as medidas teriam efeito similar a um aumento da Selic.

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